Querida Luana, deixa eu falar da Sabrina Sato pra você

Piovani,

Eu sei que você caga montes pra mim. Faz muito bem. Uma mulher talentosa e bem-resolvida como você não deveria mesmo viver preocupada com opinião de ninguém. Mas também sou uma mulher bem-resolvida e, embora numa escala diferente, tenho lá meus talentos pessoais. E as coisas que falo não precisam ser lidas ou respondidas, falo porque quero me expressar, porque quero tirar coisas do meu peito, porque sou assim.

Dito isso, vamos falar de coisa boa. Vamos falar de Sabrina Sato.

Antes de entrar no Pânico e trabalhar com toda a trupe, eu só conhecia Sabrina da TV. Bailarina do Faustão que virou BBB, que virou ex-BBB. Eu a achava engraçada e bonita, mas confesso que não morria de amores. Me irritava um pouco aquela coisa forçada de ‘é veRRRRdade, Emílio’. Mas, né, televisão é trabalho, não é o Olimpo Grego. Somos todos funcionários da indústria da comunicação e fazemos o que temos que fazer, o que podemos, para atingir o objetivo último, audiência, que é vendida para o meio publicitário. Como disse Pedro Bial na FAAP durante a última semana de comunicação, TV não é conteúdo com intervalo comercial, TV é um espaço comercial com intervalo de conteúdo pra chamar as pessoas pra lá. O objetivo é ver o break. Ponto.

Pois bem, fui trabalhar no Pânico na TV.

Lembro do primeiro dia que conheci Sabrina Sato. Ela não era a pessoa sofisticada que virou, com ajuda de uma equipe competentíssima de maquiadores, figurinistas, esteticistas e tudo mais. Ela era a nature girl de Penápolis, espírito livre que mantém até hoje.

Sabrina entrou com uma calça jeans super agarrada, calcinha fio dental saindo pra fora da calça, com aqueles elastiquinhos aparecendo na cintura, sem sutiã (ela nunca usa), só sorrisos e alegria. Sua simpatia e bons modos eram tão contagiantes que a visão sexy de periguete nem aparecia, apesar do figurino. Em três segundos você já estava apaixonada por aquela pessoa.

E assim foi. Foram anos vendo Sabrina com sua naturalidade para se despir, para enfrentar todas as humilhações que o batismo do Pânico impõe aos que querem ficar famosos (e ficam, e passam por altos perrengues. Sabrina comendo baratas, pulando em abismos, Daniel beijando barangas na boca, Bolinha sendo torturado, etc.) Depois de muito tempo Sabrina ganhou se status de diva e parou de se submeter a essas coisas. Mas sempre manteve sua postura admirável, querida Luana.

Conheci toda a família de Sabrina, um mais fofo que o outro. D. Kika, o pai da Sabrina, os irmãos, a irmã Karina que é um doce. Todos incríveis, pessoas boas pra valer.

Volta e meia Sabrina me trazia um presente, sem precisar. Tenho até hoje duas camisetas que ela me deu. Uma da loja da mãe dela em Penápolis.

Eu já era apaixonada pela Sabrina até que ela fez algo que realmente me conquistou.

Minha filha Anita ía fazer seu Bat Mitzvá, o equivalente ao Bar Mitzá para os meninos aos 13 anos. Só que as meninas fazem aos 12. Anita ganhou uma linda festa e queria muito que Sabrina e alguns amigos meus do Pânico fossem. Eram todos fãs do grupo. Convidei-os.

Sabrina tinha compromissos, gravação e tudo mais e eu expliquei que ela provavelmente não poderia vir.

Eis que no meio da festa, surge Sabrina Sato. Ela PAROU a festa. Até a música parou por ela. Sabrina abraçou minha filha, levou uma bolsinha linda de presente, foi gentil, atenciosa com todos. Ficou um pouquinho e foi embora. Daniel também foi, um fofo e querido.

Até hoje Anita guarda a bolsinha branca de couro como lembrança.

Agora eu te pergunto:

– Sabrina precisa de mim? Precisa me agradar? Precisa agradar uma menina que tinha 12 anos?

Não.

Sabrina não faz as coisas porque tem intenções ou precisa, ela faz porque é gentil. Nunca falou mal de ninguém. Nunca alfinetou ninguém no Twitter, Luana. Ela, como pessoa, é muito melhor que você, que eu e que muita gente.

Ela é realmente um ser iluminado. E por isso tem sorte. E por isso todos a amam. E por isso está riquíssima e é famosa e é linda. E sai no site da TIME como destaque. E vai ganhar o mundo.

Sabrina não tem apenas um corpão e muito samba no pé, ela tem uma coisa chamada espírito leve e alma pura. E isso não dá pra comprar nem à vista em dinheiro.

O Brasil AMA Sabrina, Luana. Você alfinetou a pessoa errada. E, embora você cague pra opinião de todos, saiba que além de não conquistar ninguém com isso você ainda ganhou a antipatia de muitos.  

Na Bio do Twitter da Sá, ela deixa bem claro: “…a sorrir eu pretendo levar a vida”.
Aprenda, Luana. Aprenda a levar a vida sorrindo.
Porque pra levar a vida dando patada não precisa nem ter talento. Basta ser infeliz por dentro. Não deixe que isso aconteça.

Bjs,

 

Rosana Hermann