Tecnicamente, somos crianças até que nossos hormônios da pré adolescência comecem a apitar. O comportamento infantil pode durar muitos anos depois disso, conheço pessoas que envelhecem e nunca amadurecem. Mas para o mundo, a infância termina depois de pouco mais de uma década e começa a adolescência. Em inglês, os números terminados em ‘een’, a partir do 13 de thirteen, definem os ‘teenagers’ até que a criatura que tem nineteen feche o ciclo ao chegar aos 20. E lá se foi a segunda década. Ou, para a lei brasileira, aos 18 anos quando todos atingem a maioridade.
Assim, grosso modo, temos 2 décadas de infância e adolescência e todas as outras de vida adulta. Todas. Se vivermos 100 anos, serão 80 anos de vida adulta, quatro vezes o tempo de sua infância e adolescência somadas. É muito tempo de muita responsabilidade.
A vida adulta traz momentos lindos, como ter seu próprio espaço, sua renda, ser dono do seu nariz, ter mais liberdade de ir, vir, sair, comprar, viajar, se relacionar. Junto com os bônus chegam todos aqueles ônus de responder perante a lei por todos os seus atos, ser eternamente perseguido pela burocracia, atacado por boletos, responsável por pessoas. Mas, principalmente, ser responsável por si mesmo.
É difícil. Temos que cuidar da própria saúde preventivamente. Somos cobrados para que cuidemos da nossa aparência constantemente. Devemos à sociedade um milhão de conquistas que englobam ter emprego, ter amigos, ter sucesso, agir de forma aceitável. Temos que preencher cadastros, fichas, planilhas, explicar pra polícia, pro governo, declarar os bens e pagar o imposto de renda, manter os documentos em dia, pagar as multas, as dívidas, tudo.
Cansa. Dá vontade de sair correndo até cansar. Mas quando cansar, vamos ter que voltar pro lugar de onde viemos e fazer tudo de qualquer jeito. A vida adulta é complicada. E as duas únicas saídas para abrir mão de tudo são morrer ou enlouquecer completamente. E, mesmo assim, em ambos os casos você ainda deixa um mar de problemas pra quem fica. Porque alguém tem que fazer seu enterro, preencher os papéis, comprar seu lugar no cemitério, chamar pro velório e, em muitos casos, pagar os boletos que você deixou.
Coragem, adultos. Sorte, saúde, força e paciência, porque viver é complicado.
PS – Mas eu amo a vida!!!