Crocs Gigante. Pra quem odeia é um prato cheio.

Eu não tenho Crocs. Nunca tive. Meus filhos já tiveram. Acho que meu marido não. Não morro de amores pelo sapato, mas reconheço a inteligência de sua usabilidade. É como um chinelo que não foge do pé, não escorrega, não aperta e resolve problemas para os pés em várias ocasiões: quando você está doente, no hospital, na piscina, quando a pessoa tem dificuldade pra andar e precisa de calçados leves. Enfim, eu acho bom que os Crocs existam.

Tá, não é elegante. Nem lindo. E tem gente que consegue usar de forma tão obtusa que quase dói. Outro dia vi um homem de camisa polo vermelha, bermuda branca com cinto bege e crocs vermelhos, pra combinar com a polo. Achei um terror. Mas e daí? Vai que ele é um bom advogado, pedreiro, bom pai, bom filho ou cientista da NASA?

Na Internet, especialmente no Twitter, onde resido, muita gente gosta de falar mal de Crocs.

Procurei imagens de usos que não para sapatos e encontrei Crocs infláveis gigantes, casinhas de cachorro e outros quetais. Aceite. Crocs existem. E podem até ser legais.

(Fonte das imagens)


(Casinha de cachorro. Parece quentinha)


Arte Crocs -Portfoloio Emily Shaw

Link

Voltarei a falar no assunto quanto eu encontrar um Crocs com cristais Swarovski.
Mas o de Lego é fofo.

O poder da alcunha

É difícil decorar um nome próprio numa língua muito diferente da sua. Dá pra ir até Gwyneth Paltrow, num Ban Ki-moon ou até num Mahmoud Ahmadinejad (ai, odeio esse cara). Mas bastou aquele vulcão islandês entrar em erupção para notar como é frágil nosso poder de comunicação. Sabe, o lindo do Eyjafjallajökull? Se você ficou com muita vontade de aprender a pronúnica correta, ei-la, ensinada em inglês por um Islandês nativo.

Por isso é tão bom que exista a ‘alcunha’. A alcunha substitui bem um nome próprio, com palavras de referência. A alcunha também resolve o problema de não confundir homônimos. Quando digo Alexandre, o Grande, você já sabe que não estou falando de Alexandre, o Frota.

A história é repleta de alcunhas e referências explicativas. Era o fulano filho de beltrano (e daí todos os sobrenomes com ‘filho’, como JohnSon, Jackson, as atividades do pai, cidade de origem (Tales de Mileto). Fico triste de ser ignorante em história universal para poder citar dezenas de exemplos sem recorrer ao Google. De cabeça, além do Alex, posso citar Átila, o Huno ; Maria, a Louca; Catarina, a Grande; Conan, o Bárbaro. Haggar, o Horrível. Acho isso tudo muito interessante. Vale ler o verbete da Wikipedia que fala da formação de sobrenomes:

Formação dos sobrenomes ou apelidos em geral

Os nomes de família chegaram até nós de diferentes maneiras. A grande maioria dos sobrenomes evoluiu de cinco fontes principais:
Ocupação: John, sendo carpinteiro, cozinheiro, moleiro, alfaiate, chamar-se-ia em inglês, respectivamente, de: John Carpenter, John Cook, John Miller e John Taylor. Um ferreiro, se chamaria em inglês de Smith, um dos sobrenomes mais comuns. Toda vila tinha os seus Smiths (ferreiros), Millers (moleiros), Taylors (alfaiates) e Carpenters (carpinteiros), Gardners (jardineiros), Fishers (pescadores), Burke ou Burgie (tem a ver com castelos ou fortes), Hunters (caçadores), sendo que os Millers de uma vila não tinham necessariamente qualquer relação com os Millers de outra vila.
Localidade: O John que morava numa colina/montanha (hill, em inglês) pode ter ficado conhecido por John Overhill (over, considera-se “em cima”). O John que morava perto de um riacho poderia ser chamado de John Brook (brook=arroio, ribeiro). Pode-se dizer que, em inglês, um sobrenome deriva de um local quando, por exemplo, termina em:
-hill (em inglês) ou -berg (em alemão), ambos significam montanha, monte;
-ford (um leito de rio);
-wood (floresta, bosque);
-brook (arroio, ribeiro);
-well (poço).

E o que tudo isso tem a ver com 2013?
Tudo.
Basta ver que hoje o ~jornalismo de celebridades~ é feito assim. Gente sem nome que só se conhece pela referência, como toda a família de mulheres-fruta e mais:

.A peladona de Congonhas
.O mendigo gato de Curitiba
.A mulher do Google Tradutor
.A moça do Avast (atualização do antivirus)
.A mãe loira (loura) do Funk

Os exemplos são infinitos, porque enquanto estamos fazendo a lista novos apelidos estão surgindo outros. Acabei de ler que Minas Gerais é o estado que mais bota apelido nos outros. Li também que Cláudio vem de claudicante, manco. O senta lá Cláudia começa a fazer sentido.

Ah, sim. Antes de partir, queria muito compartilhar o fato de que existe uma pequena cidade no Pais de Gales chamada Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch. Por razões facilmente dedutíveis ela é carinhosamente chamada de Llanfair. Para o Querido Leitor Incrédulo, o mapa.

Beijos, Leitor, o Querido.
da Rosana, a Hermann

A importância de entender o que estão cantando em inglês!

No sábado agora, antes de ontem, fiz uma apresentação no Cubo de Conteúdo da Campus Party, com curadoria da querida Bia Granja. A ideia era selecionar um playlist de vídeos para serem exibidos e comentados em público. Fiz uma seleção com vários temas. Um deles incluia aulas de inglês, mencionando aquelas aulas loucas da China com centenas de milhares de pessoas repetindo frases. Em seguida, ilustrei a importância de entender a letra das músicas em inglês, usada num comercial europeu (Da Young & Rubicam) de forma hilária. Uma família bem tradicional, caretíssima, entra no carro, liga o rádio e se alegra com uma canção que apenas se chama ‘I wanna fuck you in the ass’.

E, na vida, você sabe, as coisas só se materializam quando você interage. Da mesma forma que uma semente no saquinho não é nada e pode virar uma sequóia quando plantada na terra, uma opinião, palestra, ppt, vídeo, poema, canção ou qualquer obra de arte só ganha vida quando você a apresenta para as pessoas e elas respondem.

Pois bem, o Gustavo Kondo mandou dois tweets dizendo que ao ver aquela apresentação e o vídeo que mostrei ele lembrou de um momento IDENTICO que aconteceu num programa da Xuxa em 1995. Uma banda chamada Gilette cantou a singela canção ‘Don’t want no short dick man’ para crianças. Veja o vídeo com legendas e tudo.

Eu não tinha visto, mas aqui está ele no YouTUbe. É assim que acontece, gente. Uma enorme cadeia de pessoas passa pelos absurdos e ninguém vê o erro e ele, finalmente, cai no mundo e atinge as pessoas. Perigo isso, viu. O pior é que na cadeia de desatentos, quando UM aponta o erro os outros dizem que ele é ‘chato’.

Have a nice day!

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E mais: colaborações sensacionais de queridos leitores

1. Do Daniel Peres – Apresentação da banda gaúcha Cascavelletes no programa Clube da Criança. Repare na cara das crianças pequenas ouvindo ‘eu quis comer você’.

2. Da Valéria Gimenez – “HAHAHAHAHHAHA lembrei de uma cliente que trouxe o vídeo do aniversário de 5 anos do filho pra editar e queria que eu fizesse um clipe do menino com uma música do Akon, que dizia assim: I wanna fuck you, you already know, girl”

3. Do Márcio – Bizarro é usar no vídeo do casamento essa música: http://youtu.be/9ayUHLRp7uM – ( Fuck what I said , you burned bitch! ahahahaha – don’t want you back, do Eamon)