Hoje é noite de Oscar 2013. Dia de baixar o app. De acompanhar o movimento no Twitter, com direito a cobertura oficial. Dia de procurar links para assistir online. De correr pra ver e ler tudo o que é possível sobre os indicados para ter uma opinião ao entrar nas redes.
Ontem eu assisti Argo, no NOW da NET. Gostei muito.
O The Guardian acha que Argo deveria ganhar o Oscar de melhor filme. O Salon acha que não. A Forbes acha que Argo ganha a estatueta. E eu vou dizer por que gostei.
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O filme funciona. É um thriller. É tenso. Tem elementos de comédia. E o roteiro é todo amarradinho. Como em todo bom roteiro, é enxuto e tudo está lá por um bom motivo.
Vamos começar:
1. A introdução é didática e moderna e parte do princípio que o espectador pode nao saber a diferença entre chá e xá ou apontar no mapa mundi onde fica o Oriente Médio, quanto mais Terrã. Além disso o uso de uma breve linha do tempo situa bem o que vai ser mostrado. Tem a mesma função das instruções de segurança dos voos de avião, a gente já sabe, já ouviu, mas é melhor repetir pra prevenir problemas.
2. Assim que Ben Affleck aparece surge aquela pergunta: é cabelo dele ou é peruca? É dele. Ele deixou o cabelo crescer, a família não gostou, depois do filme ele cortou. Foi o que li. Ele ficou muito bonito com cabelão. Não sei qual o tabú em relação a isso. Os homens não querem tocar no assunto, como se fosse proibido Ben Affleck ficar bonitão. Enfim, se tem alguma combinação pra não gostar dele, não me avisaram. Da última vez que participei do Encontro Para Decidir de Quem Podemos Gostar Ou Não o Kevin Costner é que tinha levado a estatueta de Não, Não Pode.
3.O filme é tenso. A montagem faz com que desde as primeiras cenas a gente fique ligada no que está acontecendo, de deixar Marcelo Rezende no chinelo de tanto ‘corta pra mim’, ‘corta pra câmera’, ‘corta pro portão’, ‘corta pra multidão’. Demora pra chegar uma sequência em que você consiga levantar despregar os olhos da tela pra postar um tweet ou pegar uma água.
4.Grande parte da tensão é criada pela forma do roteiro lidar com o fator tempo. Tudo acontece ou deixa de acontecer (sem spoilers) em cima da bucha, no último instante, tipo brasileiro na hora de entregar imposto de renda.
5.Vários sites comentam que o filme não é fiel aos acontecimentos reais. Bom, não é um documentário jornalístico é um filme de entretenimento. E, mesmo que muitas cenas não tenham acontecido de fato, que algumas situações não sejam originais o filme é eficiente. Ele cumpre o que promete. Sem contar que mistura e reproduz muito bem cenas reais com produzidas.
6. Aqui vai uma visão minha sobre o bom roteiro. O roteiro amarradinho trabalha de forma simétrica, quase como código html. Você abre uma tag, fecha a tag. Abre a tag de um link , fecha com . Vi isso em momentos como no aviso do avião sobre bebidas alcoólicas no espaço aéreo do Irã. Na ida, a aeromoça diz que as bebidas alcoólicas serão recolhidas porque entraram no espaço aéreo do Irã. E, espelhando e fechando a tag, na volta, avisam que as bebidas serão servidas anunciando que saíram do espaço aéreo do Irã. Tem outras tags que abrem e fecham, assista e encontre-as.
7. Ah! E tem os twists. Vários twists de personagens. ( Não leia porque pode ter spoiler sublinar) Você fica super desconfiada que alguém pode ser uma traidor e… zás! Ela é bacana. Depois você acha que alguém vai atrapalhar tudo e …bazinga! Ele salva o dia. Enfim, estou tentando não ‘spoilar’, mas tá difícil. Se bem que é fato histórico, você já sabe que o Titanic afundou.
Era isso. O filme é bacana, gostei muito.
E você? Viu? Gostou?
Acho que é propaganda americana?
Beijos,
Ro
PS – Aqui a lista em inglês de todos os ~erros~ (goofs) do filme.
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