Será que somos todos videntes?

Frequento o twitter mais que a padaria da esquina. Posso não saber se saiu o pão de queijo, mas estou sempre ligada nos movimentos do passarinho azul.

Há algum tempo, nasceu uma brincadeira no Twitter que banalizava todos os tipos de ‘marchas’. Para cada detalhe, pequeno incômodo, ideia fugaz que qualquer pessoa gerava, propunha-se uma ‘marcha para alguma coisa’.

Isso foi bem antes das grandes manifestações começarem, aquelas com grandes reivindicações por direitos políticos e de cidadania. Olé!

Pois não é que agora que pararam de cantar nana-nenê para o gigante pela própria natureza, todas essas brincadeiras viraram verdade?

Pra cada coisa, uma marcha, uma manifestação. É algo novo de se ver. Tem protesto pra tudo, pra qualquer coisa, o que é muito saudável. Isso prova que aquelas comunidades todas do tempo do Orkut eram reais. Ou muitas delas eram. Pessoas se unem em torno de causas desde sempre e o ser humano é criado para viver em comunidade.

Sabe, reduzindo tudo a pó (de onde viemos) o ser humano tem duas programações básicas em seu sistema operacional, a preservação de sua própria vida e a da espécie. Nossos impulsos mais básicos são sobreviver e procriar. Não, não, isso não obriga ninguém a ter filhos, não é assim. Mas isso explica porque temos, por exemplo, sentimentos como medo e drive sexual. O sexo é um aplicativo cujo objetivo primeiro é a perpetuação da espécie, como mecanismo. Felizmente pode e deve ser usado para lazer e não só para procriação. Mas o escopo do aplicativo é gerar descendência. Da mesma forma, impulsos primitivos como o medo servem como alerta para preservar a integridade física de cada indivíduo, um alerta contra a morte prematura por acidentes relacionais, tipo, um leão comer você no sentido lato.

Sim, querido leitor, brincando, brincando, fizemos previsões que se concretizaram. Aqui estamos, vivendo em torno das comunidades mais impensáveis, indo às ruas para manifestar descontentamento com todo tipo de assuntos. Porque o que é inimaginável pra uns é vital para outros.

Somos videntes?

De certa forma, sim.

Estou convencida que o ato de pensar serve para dois grandes momentos: antecipar o futuro a ser vivido, projetando-nos numa situação para decidirmos se queremos estar lá ou não e administrar o presente. O passado? Bem, podemos lembrar, repensar, mas só pra reviver emoções, buscar detalhes ou tentar rever atitudes em busca de aprendizado.

Ficar remoendo o que já foi e não pode mais ser alterado, apenas para arquivas soluções hipotéticas do que ‘você deveria ter tido e não disse’ é viagem, perda de tempo, loucurinha. Let bygones be bygones. E bola pra frente que, como aprendemos nas manifestações, atrás vem gente. E com cartazes.

Bom dia.

Violência, virada cultural e o efeito borboleta: EM BUSCA DA VIRADA EDUCACIONAL

No começo dos anos 60, o matemático e meteorologista americano Edward Lorenz, professor do renomado Massachusetts Institute of Technology, o MIT, percebeu que em modelos de sistemas dinâmicos, como o da atmosfera, uma pequena mudança poderia desencadear resultados amplos e imprevisíveis.

Ele concluiu que na meteorologia era fundamentalmente impossível prever o tempo com duas ou três semanas dentro da precisão mínima razoável.

Foi a partir de seus profundos estudos matemáticos sobre a imprevisibilidade  que Lorentz publicou em 1972, um trabalho intitulado  “Predictability: Does the Flap of a Butterfly’s Wings in Brazil Set Off a Tornado in Texas?” (Previsibilidade: o bater das asas de uma borboleta no Brasil pode desencadear um tornado no Texas?”).

Lorentz tornou-se assim, o pai do “Efeito Borboleta” (sim, tem o filme)   e, mais importante, da Teoria do Caos, considerada por muitos cientistas como uma das três maiores revoluções da ciência do século XX, ao lado da relatividade e da mecânica quântica.

Agora vamos bater as asas e voar para a violência urbana e a virada cultural em São Paulo.

O que está acontecendo com São Paulo, com o Brasil, com o mundo? Estamos mais violentos ou apenas estamos percebendo agora uma realidade que sempre existiu e que estava escondida dos olhos da coletividade? E, mais do que compreender, como podemos alterar isso?

Minha impressão primeira é a de que a violência aumentou ou, pelo menos, há mais pessoas praticando violência. Uma amiga estava caminhando aqui no bairro na semana passada, ouvindo seu iPod quando um ‘noia’ apontou uma faca e pediu o celular. Assustada, ela tirou os fones e entregou o iPod avisando que não era um celular. Contrariado ele passou a faca e cortou a mão dela. Ela teve que ser atendida no pronto socorro, tomou injeção anti tetânica e levou pontos internos na mão.

Hoje, na aula de Pilates, contei essa história para Adriana, minha professora e, em seguida, e ela relatou que foi assaltada ontem pela manhã, em frente a sua casa. Dois garotos apontaram uma arma e levaram tudo o que estava com ela, relógio, celular, dinheiro.  Adriana tem seguro do celular, mas não conseguiu fazer o B.O. online, talvez porque o sistema estivesse sobrecarregado por causa dos muitos furtos e roubos na Virada Cultural que aconteceu em São Paulo.

Eu não tenho competência para analisar a situação. Infelizmente parece que muitas autoridades e especialistas que deveriam ter competência para isso estão na mesma situação que eu.

Mesmo sem o conhecimento formal desse sistema dinâmico e caótico (e, portanto, imprevisível)  que é a população de uma cidade acho que existem várias asas de borboletas batendo e que influenciam todo esse resultado. E uma dessas borboletas se chama educação.

Educação não é apenas dizer ‘bom dia, boa tarde, com licença, obrigada, desculpa’, como indica uma das acepções da palavra. E ‘ignorância’ não é apenas ser bruto e grosseiro. Estou falando da falta de educação escolar, da falta de estudo, de conhecimento básico sobre as coisas da vida e do mundo, da sociedade humana, que impede que muita gente viva sua plenitude e continue apenas sendo gerido pelos impulsos animais.

Eu tenho certeza que, salvo as exceções patológicas sem cura, um garoto que rouba ou dá uma facada poderia ter outro destino.  Não acredito que todas as pessoas envolvidas com tráfico, violência, sejam ‘intrinsecamente’ ruins por vias genéticas.  Acho mesmo que a vida que levam, as circunstâncias sociais em que são criadas, as experiências vividas estão ligadas ao caos futuro em que elas poderão se encontrar.

Tenho certeza que essa situação caótica social em que o Brasil se encontra, com tanta violência está SIM ligada não só a nossa história de miséria e corrupção, má distribuição de renda, mas a um dos corolários disso tudo, o fato de que METADE DA POPULAÇÃO ADULTA DO BRASIL ACIMA DE 25 ANOS NÃO TEM NEM O ENSINO FUNDAMENTAL COMPLETO. E isso são dados do IBGE de 2010, imagina na Copa…

(Sério, se tiver um tempo, ouça a entrevista com Maria de Salete Silva, coordenadora do programa de educação da Unicef no Brasil, falando sobre exclusão escolar. Um dos maiores fatores é o atraso escolar. Repetência e abandono. A escola não faz parte do projeto de vida dos jovens brasileiros.)

Acredito também que se o Brasil realmente tivesse interesse coletivo em obrigar todo mundo a terminar pelo menos o ensino fundamental, daqui a 20 anos teríamos um país diferente e MUITO melhor.  Temos que lutar pelo direito de aprender e não pelo direito de ser ignorante! 

Porque quem trilha o caminho do autoconhecimento, da descoberta do aprendizado, quem descobre as incríveis ferramentas que QUALQUER curso nos dá, seja um curso de desenho, de torno mecânico, de tecnologia da informação, cozinha básica, tricô, tanto FAZ, torna-se uma pessoa melhor, um ser humano melhor, com mais chances e possibilidades.

Não posso acreditar que um rapaz que rouba um iPhone e um par de tênis não tenha CAPACIDADE de aprender a usar redes sociais e conseguir um emprego pilotando um perfil de uma empresa no Twitter, só pra dar UM exemplo. Claro que tem. Mas é a mistura da preguiça, com a pressão social pelo resultado imediato, a falta de formação, o mau exemplo, a influência corrupta de seu meio, a desvalorização do conhecimento que causa tudo isso.

Enfim, gente, vamos começar a bater as asas das borboletas agora, pra que nos próximos 20 anos a gente possa desencadear uma avalanche de conhecimento, um tsunami de educação, um Brasil sem analfabetos, 200 milhões de pessoas com escolaridade mínima. CERTEZA que isso seria uma VIRADA CULTURAL E SOCIAL, a Grande VIRADA EDUCACIONAL!

 

 

 

Porque adoro o Porta dos Fundos? Porque eles ME REPRESENTAM!

E, embora eu já tenha floodado o twitter com tantos posts, ainda tenho algumas coisas a acrescentar sobre humor e o sucesso do Porta dos Fundos.

Primeiro que é baseado em roteiros. Segundo que é profissional, super bem produzido. É enxuto. Não tem gordura, é tudo na medida. Terceiro que é composto de pessoas absolutamente talentosas. Quarto que, segundo li hoje no Caderno 2 do Estadão na entrevista com o Fábio Porchat, eles se previnem de possíveis erros entre si. Todo mundo vê e supervisiona tudo pra ficar bom e perfeito. E fica.

Sempre existirá o humor tosco, produzido sem qualidade, assim como haverá o humor preconceituoso que achincalha as minorias, ou o humor ingênuo que ri da bobagens infantilizadas de crianças, tolos ou de figuras rurais como o ‘caipira’, o homem ‘fora dos centros urbanos mais ~civilizados~’. Sempre haverá o humor cruel que abusa dos mais fracos, o humor que humilha o menos capaz. Sempre haverá o humor covarde que ri dos mais feios, mais ignorantes, menos cultos, o humor dos dominantes que riem dos desdentados. Sempre haverá tudo isso porque o ser humano é torto, é errado, falha, é cruel e tem todo tipo de desvio de caráter. Todos temos. Todo mundo faz merda e age errado com o próximo, mesmo quando somos nós o próximo do próximo.

Por isso fico tão feliz quando surge um novo grupo que faz vídeos na Internet, porque essa é a versão finalmente MODERNA e atual do que sempre foram as trupes de teatro de humor, como Asdrúbal Trouxe o Trombone do Rio e o Pod Minoga de São Paulo, só pra citar dois grupos de ‘besteirol’. Sendo que o Porta dos Fundos nem é besteirol, é feito em cima de crítica de tipos humanos, de comportamentos humanos atuais.

Em tudo eles acertaram.

Por isso estão de parabéns.

É bom poder aplaudir com vontade.

Porta dos Fundos: Vocês me representam!

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Cite dez pessoas legais. Tuite um animal. Resposta nossa enquete. Clique aqui. Compartilhe. Ligue Djá.

A vida é um mar de ordens, comandos, apelos, pedidos, convocações. A mídia inteira, seja na Internet, no rádio, jornais, revistas, TV, é permeada de frases, verbos, argumentos que tentam fazer com que você reaja a eles. Até nos lugares ocupados por nós mesmos, como no Twitter, acabamos reproduzindo o mesmo padrão. Somos nós dando ordens uns aos outros.

E sabe o que é mais incrível? Funciona.

Outro dia li uma pesquisa dizendo que se você escrever ‘dê um RT’ num tweet, o número de retweets é cerca de 10 a 12 vezes maior do que se você não pedir nada. Fiz a experiência e funciona mesmo! E por que isso acontece? Por que obedecemos comandos com tanta facilidade?

São muitas razões, mas uma delas é a nossa reatividade. Todos nós somos muito reativos. Reagimos o tempo todo, a tudo e a todos. Estamos condicionados a ver placas dizendo que não é para passar, não é pra pisar, não podemos virar, não podemos estacionar, temos que parar, etc. Toda a civilização é feita de leis, ordens e comandos. Sem isso não existiria civilização. Aliás, uma definição de civilização é essa, o quanto uma sociedade consegue reprimir seus desejos e obedecer comandos visando o bem coletivo.

Além da nossa forma reativa também somos julgadores. Aquele? Um idiota. Aquela? Uma vaca. O cara? Culpado, lógico. Essa música? Um horror. O filme? Amei de paixão. Sobre tudo temos não apenas uma opinião, mas uma opinião instantânea, um julgamento imediato, mesmo quando não sabemos nem do que estamos falando.

Estamos sempre prontos para achar alguma coisa sobre tudo. Parece que não preferimos ser aquela metamorfose ambulante, já que temos nossas (novas) opiniões formadas sobre tudo.

E assim nos viciamos em viver a vida que não dão e que nos solicitam. E nos tornamos escravos de todos, voluntariamente. Rimos das piadas que são contadas, assistimos o que a TV exibe, seguimos conselhos que nossos amigos nos dão, compramos o que a mídia sugere, copiamos os hábitos dos famosos que gostamos, comentamos as notícias que são publicadas, comemos o que tem no cardápio e, quando percebemos já não temos vontade própria. Não temos ideias próprias. Não fazemos nada por nós mesmos, apenas …seguimos.

Hoje vemos um exército de pessoas (e muitas vezes somos nós essas pessoas também) que seguem todos os comandos e assuntos ditados pelos outros.

É como se todos nós tivéssemos abdicado de ter ideias originais em detrimento de pertencer à massa que comenta a vida pronta que nos dão.

Pense no seu dia. Nos assuntos que você comentou. Quem escolheu esses assuntos todos, você ou os outros? Você fala da novela, do programa da TV, do assassino do momento, da notícia do jornal? Você come o que viu no anúncio, toma o que o comercial mandou, compra o que a celebridade usa? Então você está permitindo que digam como viver sua vida.

Claro, somos todos influenciáveis, é normal. Mas… 100%?

Acho que estamos reclamando muito sem olhar nosso comportamento totalmente passivo. Até nisso estamos seguindo ideias alheias, daqueles que já previram o comportamento de rebanho.

Não sei o que você acha, mas hoje parece um bom dia para resgatar nossa vida de volta para nosso comando.

Sim, existe ex-mulher bacana

Durante muitos anos trabalhei com meu amigo Renato Kartalian, na Rede Mulher. Ele era meu braço direito, cuidava de tudo quando eu era Diretora Artística. Depois passou a ser meu agente. E, finalmente, ocupou o cargo vitalício de meu amigo.

Renato é irmão de Cristina Kartalian, mãe de Fiuk e ex-mulher de Fábio Jr. Toda vez que leio alguma notícia sobre Fiuk, Fábio e Cristina, lembro do Renato.

Aconteceu agora, por exemplo. Li que depois da separação de Mari Alexandre, Fábio foi morar com sua ex-. Veja que coisa bacana, uma mulher que aceita a vida, as pessoas e ainda oferece amizade e carinho para o pai de seu filho, com quem foi casada durante bons anos.

Eu sei que muita gente tem motivo para não gostar de ex-casos, para guarda mágoa, mas pra que serve mesmo o rancor? Que função ele tem a longo prazo? Claro, em termos de sobrevivência é importante aprender com os erros, ativar os alarmes que nos mantêm longe de enrascadas. Mas depois que a gente já aprendeu, já se separou, já reconstituiu a vida, pra quê guardar sentimentos ruins?

Sim, você adivinhou. Estou numa fase zen.

É que fiquei tão triste ontem, absorvi a dor de tal forma que comecei a sentir o corpo inteiro travado e dolorido. Fiquei até preocupada. Fui fazer a aula de Pilates cedo e, na sequência, fiz uma hora de fisioterapia. Estou me sentindo bem melhor. Não estou exatamente feliz, mas estou bem melhor e concentrada nos compromissos de hoje. No trabalho, na foto que vou fazer pra uma revista, na entrevista que vou gravar hoje com o Ronnie Von (deve ir ao ar na 6a. feira).

Em frente, gente.

Desacelere

O vício agita. Todas as pessoas viciadas estão presas nesse ciclo de calma-agitação. Uma hora a pessoa se vicia em coisas que dão a sensação de calma quando estão agitadas, outra hora as pessoas se viciam em coisas que dão a falsa sensação de poder e energia quando se sentem fracas demais.

O Twitter vicia. A Internet toda pode viciar. Vicia porque atende a um desejo desequilibrado que todos nós temos de uma sensação de sucesso, produção, conquista, uma espécie de necessidade de preencher o tempo todo fazendo coisas.

Com o aumento da agitação, nesse processo que só tende a se acelerar cada vez mais com o excesso de consumo de informação e o clima geral de competitividade, acabamos entrando num estado de excitação muito grande. Ficamos como um motor com o giro muito alto e baixo rendimento, que mais derrapa do que adere para poder ir em frente.

Nesse processo intenso e veloz é fácil perder o controle de tudo. O primeiro que sofre é o bom senso, o discernimento. Quando você entra nesse estado mental e emocional, equivalente metafórico de uma rave com música alta e luzes estroboscópicas, você acelera mais do que pode frear. E aí, a coisa desanda. Você potencializa seus demônios internos, começa a pensar bobagens demais, dizer coisas que não sente, sentir coisas que não existem e, pior de tudo, começa a desejar coisas que não quer e ter inveja de coisas que você nem queria de fato. É a loucura.

Como proceder? Desacelerar. Pra começar, elimine os estímulos que causam agitação. Troque o computador por uma volta no quarteirão, o famoso “vai ver se eu estou na esquina”. Troque o Twitter por um momento de observação da natureza, largue um pouco esse maldito celular. Sério, tem dias que eu acho que o celular levou todo mundo de volta pra uma primeira infância problemática em que as crianças ficam se bolinando sexualmente o tempo todo. Homens e mulheres não tiram a mão dos celulares, chega a ser doentio.

Tá, já sei, você deve estar pensando “olha quem fala!”. Você tem toda razão. Porque sou tão viciada em Internet, porque estou tão conectada o tempo todo, porque já sou tão vivida, tenho total consciência da dimensão da minha doença. E só por isso estou aqui, tentando dar um conselho.

Conselho que dou e aceito pra mim. Por isso mesmo, vou clicar no botão para publciar o post e sair para dar uma volta. Vamos lá?

Uma coisa que eu queria dizer

Existe caráter e existe personalidade.

O caráter é a estrutura psíquica, ética, moral da pessoa. O alicerce, a constituição básica. A personalidade é como a roupa que se veste por cima.

Tem gente com ótimo caráter e péssima personalidade. Tem gente que tem personalidade boa e caráter muito duvidoso.

E tem gente que tem ambos bons ou ruins. Tem de tudo nesse mundo.

Eu tenho duas amigas, Clara Averbuck e Alessandra Siedschlag. As duas tem personalidade forte. E ambas tem uma integridade de caráter de dar orgulho em qualquer um.

Clara e Lelê se encontraram e estão em lua de mel com a vida. Rápidas, sagazes e acridoces, elas estão em plena expansão. Fazendo tricô, gravando entrevistas, publicando posts, interagindo no Twitter, cantando em diferentes estados e acontecendo no mundo. Dá gosto de ver o sucesso e a alegria.

Mas tem uma coisa que vai além. Dá um alento de ver gente íntegra ocupando espaço no mundo. Especialmente num mundo onde tanta gente sem caráter ocupa espaços de alcance e poder.

Hoje foi um dia estranho, trágico, complicado, cheio de brigas, discussões e desentendimentos. Mas sinto que há uma coisa interessante acontecendo, uma polarização.

Pessoas inteligentes, sensíveis, esclarecidas e de bom coração agem como ímãs e polarizam as outras. Alinham os spins. É bom que seja assim. Porque em meio ao caos, vamos vendo quem é quem.

Sucesso a todas as pessoas de bem.

Eu não compro qualquer coisa.E você?

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Um dia melhor que ontem

Quando eu era pequena minha mãe ouvia rádio na cozinha, sempre na mesma estação. E todos os dias o mesmo locutor dizia sempre a mesma frase de autoajuda ao iniciar seu quadro, que era assim:

-“Todos os dias, sob todos os pontos de vista, vou cada vez melhor”.

O locutor era o Omar Cardoso e, hoje, com a Wikipédia, com a mesma pesquisa pela frase cheguei à Émile Coué.

Fato é que hoje estou mesmo melhor que ontem. Ontem foi uma segunda-feira micada, estranha e, por coincidência, um americano notou que era 4.04, o número das páginas de erro, não encontradas. NOT FOUND.

Por isso, esperei dar meia noite pra ter certeza que a terça-feira viria e seria melhor. Será.

Porque apesar de todas as más notícias que consumimos, há sempre uma esperança nas pessoas de coragem.

E na capacidade humana de ver,inventar, imaginar.

Bom dia, dia, bom dia mundo, bom dia gente.

Estou cheia de saúde, coragem e vontade de ir em frente.

Tecnologia, passado e presente

O vídeo foi feito no Canadá e é muito divertido. Mostra crianças do século XXI interagindo com ‘modernidades antigas’ do nosso passado. (A agência Africa fez um filme baseado nesse vídeo. )

Ao mesmo tempo, a cyberpress.ca fez outro vídeos, com pessoas da terceira idade mexendo com gadgets que são modernos hoje.

Realmente,uma ideia genial.
Faz a gente pensar na relatividade das coisas.
E no tempo….

E você? Colabora ou contribui?

Hoje eu achei a minha palavra do momento: contribuir.

Tenho feito muitas contribuições, para diferentes pessoas e entidades, de diferentes formas, seja contratando pessoas em troca de serviços, seja através de doações em dinheiro, de negociações justas que deixam todos os envolvidos felizes. Também faço contribuições ajudando pessoas com dúvidas na Internet ou Twitter, ou sugerindo programas e aplicativos. Mas…o que é contribuir?

Contribuir tem aquela parte do “co”, junto e a parte do “tribuir”. A mesma que vem de tributar, tributo e quer dizer tanto elogio (tributo) quanto pagamento ou imposto. Contribuir é pagar junto. A vida tem um preço, tudo tem um preço, um ônus a pagar. Tem gente que paga preços muito altos nessa vida. E o que a gente faz? A gente ajuda a pagar, a gente contribui, para facilitar a vida do outro e, consequentemente, melhorar o mundo e a nossa vida também.

Quem elogia contribui para que o outro fique mais seguro, quem dá atenção a um filho contribui para uma criança mais amada, quem salva um cachorro contribui para que a vida siga seu projeto de continuidade e plenitude.

Toda a energia que a gente oferece ao universo como contribuição nos dá um sentimento de felicidade e pertencimento. Sabe por quê? Porque tributo nos remete a tribo. Contribuir, portanto, é ser parte desta bela tribo de seres viventes.

Além de contribuir você também pode ‘colaborar’. Acho que nem precisamos procurar num dicionário etimológico para tirar daí o significado, basta ver Passione e seu italiano coerentemente macarrônico: co-lavorare, trabalhar juntos.

Quando você colabora, mais do que pagar junto, mais do que doar para sua tribo, você está trabalhando junto. Claro que hoje você pode colaborar com dinheiro, mas, em tese, contribuir seria pagar junto com a tribo e colaborar seria trabalhar junto, pagar com seu serviço.

O universo é bom comigo, D`us é bom comigo, a vida sempre foi muito boa pra mim. Veja esse blog, que vai fazer dez anos. Quantos amigos, quantos novos blogs foram criados, quanta gente se conheceu, quanta coisa trocamos juntos, quanto eu aprendi. Quanto carinho, quanta informação. Fizemos tudo isso juntos. Trabalhamos juntos, eu e todos os queridos leitores colaboradores. Pagamos o preço juntos, em diferentes moedas, das moedas metálicas até aquelas que valem ouro, feitas de afeto. Todos contribuímos.

E, pra encerrar o longo texto, só mais uma coisa: o afeto. Afeto é aquilo que nos afeta, para o bem e para o mal. As pessoas que entram aqui para xingar, reclamar, odiar, também foram “afetadas” pelo blog. Elas reagiram? Então o blog afetou. Então é afeto. Se alguém xingar você, reclamar com você ou abraçar você, de diferentes formas elas foram igualmente afetadas.

Então, com muito afeto e sem afetação, quero dizer muito obrigada por mais esse ano que quase acaba e que no ano de 2011 vamos colaborar e contribuir muito mais. Para um blog melhor, para uma vida melhor, para um mundo melhor. E, sobretudo para que nossa tribo, a dos seres viventes, viva com mais amor e igualdade.

Beijos,

Rosana Hermann

Tudo pela fama

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O caso do menino do balão é o assunto do momento. Com razão. Trata-se de uma farsa de grande proporção na mídia, que teve cobertura planetária em tempo real. É o famoso “todo mundo viu”. Foi rápido, é verdade, durou pouco. Coisa de 15 minutos de fama correndo a 140 caracteres por segundo. O sonho acabou. Os pais vão pagar pelo crime cometido. Nos EUA mentir é o pior dos crimes.

Daqui do Brasil, mesmo com a proximidade que os meios eletrônicos nos trazem, é bem mais confortável olhar a loucura alheia do que a própria. Ao que tudo indica eles fizeram isso pelo ‘show’, pela fama.

Quem diria. Não era o esperanto a língua que uniria o mundo. Nem o dinheiro. Era a fama. Fama é a língua universal que todos entendem, a moeda corrente que compra tudo. Todo mundo quer ser famoso.

Em nome da fama pais exploram seus filhos, adolescentes se iludem, adultos se ridicularizam. A possibilidade de ficar famoso é tão atraente que quase ninguém resiste. Veja o caso do Zina. Um morador de rua visivelmente desequilibrado que vira ídolo nacional. E, como Walter Longo ressaltou, virou garoto-propaganda de uma faculdade em Brasília. Não acredita? Clique aqui.

Mas o caso de Zina é compreensível. Ele não tinha nada e a TV lhe trouxe muito. Fácil entender por que ser famoso não apenas rima com vantajoso. Mas o que dizer de pessoas estruturadas, reconhecidas que, quando ficam famosas e populares nacionalmente tornam-se vaidosos patológicos? Acontece o tempo todo. Sabe aquela pessoa que você jurava que jamais se deslumbraria com a fama? Deslumbrou-se.

Talvez seja um processo inevitável mesmo, como o bronzeamento e a queimadura. A luz do sol faz com que os pigmentos da pele subam para a superfície. A luz dos holofotes deve fazer com que o pigmento da vaidade suba à cabeça.

Hoje, em todo o mundo, a luta pela fama é um fato. Todo mundo quer, a qualquer preço, custe o que custar. Quem fica famoso fica rico, conhecido e reconhecido. O feio fica charmoso, o bobo fica divertido, o burro parece esperto.A vida de fama é praticamente a ilusão da perfeição.

Que seja, então.
Resta apenas saber se morrer famoso tem alguma vantagem sobre morrer anônimo.
Ao que tudo indica a resposta é não.
A fama é algo que leva você lá pra cima e depois de volta ao chão. Exatamente como se fosse um balão.