Psy, do hit “Gangnam Style” no Rio e em Salvador

É oficial! Psy, do hit “Gangnam Style”, se apresentará no Rio e em Salvador > Música | Omelete.

E vamos começar tudo de novo, Sexy Lady! ahahah

Troféu Mulher IMPRENSA – 9ª Edição

Acabei de ver que sou finalista no Trofeu Mulher IMprensa deste ano, obrigada aos envolvidos!

::: Troféu Mulher IMPRENSA – 9ª Edição :::.

Meu dia a dia no Twitter é assim. E o seu?

Comecei o dia pegando um táxi porque é dia do rodízio do meu carro e eu tinha que chegar no Hoje em Dia às 9. Dentro do táxi percebi que meu celular ficou em casa. E tweetei.

Recebi um comentário-padrão da voz representativa do lumpemproletariado atacando a burguesia, o famoso ‘classe média sofre’.

Fui pra o estúdio, com Fábio Arruda e Lelê. Tweetamos de lá. Sempre um exercício de comunicação.

Voltei pra minha mesa no R7 e recebi:

1. Um pedido de apoio para uma manifestação contra esta charge inoportuna e desagradável:

https://twitter.com/NinaDalmaso/status/296252333946449920

2. Um pedido de ‘forcinha’ para alguém que está em busca de reconhecimento do seu talento.

3. Uma notícia quentíssima via Victor Calazans sobre o perfil fictício Irmã Zuleide que usou a foto de uma professora de Campinas.

4. Uma denúncia de vazamento de um suposto roteiro da minissérie José do Egito

E, claro, tem o Belo e a Gracyanne despejados, finesse pura.

Agora, com licença que eu tenho um almoço de trabalho e depois, gravação.

Capas de jornais de hoje mostram a tragédia de Santa Maria

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Link 

A tragédia de Santa Maria e a pergunta que fica: de que lado você está?

Domingo de manhã, na hora do café, quando soube do incêndio na boate Kiss em Santa Maria, comecei a chorar e a pensar e a sentir e a lamentar e a refletir e não consigo parar desde então. Como tanta gente no Brasil e no mundo, meus olhos se voltam para os jovens que morreram, meu coração se despedaça com os depoimentos dos pais e parentes que ficaram, meu espírito se agita com o medo de que coisas assim possam voltar a acontecer. É uma carga intensa demais de dor para a gente administrar, um sofrimento que não cabe. A gente tem que falar, compartilhar, lamentar e vivenciar esse rito doloroso, para que ele se incorpore. Por fim, para que a gente se conforme e aceite tamanha tragédia, é preciso tirar alguma coisa, uma lição, um aprendizado, que fique ao menos como uma homenagem a tantas vidas perdidas.

E é aí que começa a reflexão sobre você, eu, todos nós, especialmente nessa era de redes onde nosso pensamento coletivo e o comportamento social delata o estado de alma em que estamos.

Estamos confusos, isso é certo.

Se um dia tivemos valores dados pelo senso comum, pelos avós e antepassados, todos nascidos num mundo mais pacato que o atual, perdemos boa parte deles. O respeito pelos mais velhos, dar lugar para mulheres grávidas no transporte público, não roubar, não falar mal dos vizinhos, não jogar lixo na rua, são apenas os exemplos mais corriqueiros de ensinamentos que se perderam nas confusas estruturas sociais e, pior, tornaram-se’ coisa de babaca’.

A Lei de Gérson não apenas nos definiu, como ‘pegou’ e não há meio de revogá-la.  Sobre nossa natureza do jeitinho nacional, somou-se a Gersonificação da vantagem individual, potencializada pela opinião coletiva de que ser certinho é ser idiota e uncool.

A situação de momento no Brasil (e não falo do mundo porque não tenho autoridade ou vivência pra falar de outros paises) é assim:

 

1. Todo mundo que faz tudo certinho, que obedece à lei, que não transgride e não se corrompe  é xingado e apontado como babaca, caga-regras,  pela maioria conivente e tolerante com tudo o que é  errado e corrupto

2. Na hora que dá alguma merda, a mesma  maioria conivente e tolerante com o errado e corrupto  posa de certinha e aponta dedos para todos os que erraram, com ou sem dolo, em busca de crucificação e linchamento público dos envolvidos para expiar a própria culpa da conivência e tolerância com o errado durante uma vida.

Vamos olhar a tragédia insuportável que estamos vivendo.

Os especialistas em acidentes de avião dizem sempre que toda tragédia é uma sucessão de erros, não é uma coisa isolada. Sim, tem algo que começa, um gatilho que dispara, mas a reação em cadeia que leva a perdas de vidas só acontece porque tem uma ~massa crítica~ de erros no caminho. E, muitas vezes, nossa leitura dos fatos também é imprecisa. Exemplo? Todo mundo acha que muitos carros batem nos postes. E aí começam a elaborar teorias sobre ‘a atração entre postes e carros’, como se um poste inanimado tivesse um magnetismo que leva os carros a baterem nele. Não, né. A gente vê muitos carros batidos em árvores, postes e muros, porque dentro TODOS os carros que se acidentem, ou quase se acidentam, todos os que não deram PT ou não chegaram a bater, foram embora. Os que ficam são aqueles que encontraram um anteparo, bateram e, por isso ficaram parados lá. Aí a gente vê os que ficaram parados e tira conclusão do todo pelas ocorrências em particular.

Pois bem. O bom senso nos diz que acender fogos de artifício em lugares fechados não faz sentido. Fogos de artifício já não fazem muito sentido nem do lado de fora, embora sejam lindos. Mas indoor realmente não parece ser sensato. Só que MUITA gente faz. E MUITA gente aceita. E acha normal. E acha OK. E acha bonito. E só quando acontece uma tragédia é que vai apontar dedos para quem o fez.

As mesmas pessoas que querem crucificar o garoto da banda que acendeu o sinalizador, muito provavelmente até OUTRO DIA não se importavam com o fato e nem tomaram nenhuma atitude para impedir que isso acontecesse.

O material da boate era todo inflamável, ao que parece. Assim como são feitas tantas casas noturnas, fantasias de carnaval, barracões de escolas de samba e tudo mais. Se está tudo errado e é perigoso, temos que fiscalizar e multar e obrigar todo mundo a fazer certo. Mas, você percebe que nós, como sociedade, somos os mesmos que culpamos todo mundo depois e não cobramos nada antes?

E os seguranças da boate? Bom, eu não sei o que aconteceu de fato. Mas, o que é que faz um segurança da boate? Ele cuida da segurança do usuário ou da boate? Bom, em tese, ele cuida da boate primeiro, impedindo que pessoas saiam sem pagar, que não tumultuem ou criem problemas. E cuidam para que o usuário se comporte dentro do esperado. Eu nem sei se teve algum segurança morto no incêndio, mas pelo que entendi, foi tudo tão rápido e o lugar era tão labiríntico,  que levou um tempo até que os seguranças entendessem o que estava acontecendo.

As portas de emergência fechadas, isso realmente não tem explicação. Se a porta é de e para emergências, o que adianta tê-las se na hora da emergências elas estão trancadas?

E tem o alvará vencido, os extintores que supostamente não funcionaram. Tanta coisa irregular. Errada, criminosa. Mas a gente só vai enxergar isso lá e agora? Por que você não vai olhar o extintor de incêndio do seu carro, do seu prédio, do seu trabalho pra ver se ele tem espuma dentro, se funciona, se serve pra alguma coisa?

É, querido leitor, é tudo muito chocante e doloroso. Desabei em vários momentos, como as ligações perdidas dos pais e mães nos celulares dos jovens mortos, o pai que perdeu duas filhas no mesmo incêndio, os caminhões frigoríficos usados para empilhar e transportar corpos que horas antes eram jovens cheios de futuro e de vida. Mas até essa dor não impede que eu enxergue a hipocrisia na qual estamos todos mergulhados como sociedade.

Claro que existem responsáveis, claro que é preciso apurar tudo, que não podemos apenas dizer ‘ah, aconteceu’. Mas até nessa hora é preciso ter bom senso para esperar resultados, compreender, sem sair crucificando tudo e todos. Tem gente que culpa até as vítimas, até os que correram pra se salvar.

Porque, repito, neste texto longo, catártico, que tenta dar conta do silêncio de dias no blog com essa verborragia   interminável, as pessoas que apontam culpados a torto e a direita agora, cobrando perfeição e lisura de tudo e de todos são as MESMAS que transgridem, que corrompem, que toleram o erro, que são coniventes com a corrupção pequena que os beneficia. Essas pessoas somos nós, os brasileiros.

E mais, os brasileiros, quando se deparam com alguém que faz tudo certo, OFENDEM essa pessoa. A pessoa que faz tudo pela lei é maltratada e temida, porque ela esfrega a corrupção alheia na cara da sociedade. E, nossa sociedade endemicamente corrompida, que expulsar todo elemento perigoso a essa rede implantada de pequenas contravenções, porque ele nos expõe.

É hora de parar e pensar com nossa consciência o que realmente somos. Se pagamos o guarda para liberar a multa, se pagamos o despachante pra comprar a carta, pra passar no exame, se pedimos ao contador para alterar o imposto de renda, se não declaramos os bens que temos, se compramos drogas do traficante, se baixamos torrentz sem pagar, se também fazemos incontáveis irregularidades (muitas vezes porque a lei é mesmo burra e o mercado injusto) sem LUTARMOS para que as coisas sejam certas, temos que ter a decência de, PELO MENOS não apontar culpados que não são melhores nem piores do que nós.

Diante do que é certo, você tem que escolher o lado em que vai ficar.
Mesmo que você ao longo da vida mude lado.
Mesmo que você tenha que pedir ajuda para decidir o seu lado.

Só não dá é pra ficar do lado onde tantos tentam ficar, do lado de fora.
Assistindo tudo de camarote, no conforto de sua cadeira diante das telas vivas das redes, apontando culpados sem conhecimento, condenando sem julgamento, criticando obras prontas, ofendendo os que têm boa intenção, difamando os que agem de forma correta. Pulhas que ficam sempre do lado de fora, apoiados em seus provérbios vencidos, em seus valores escusos, em seus dogmas mal interpretados, usando a razão como advogada de sua crueldade.

Você precisa escolher o lado que vai ficar.
E não ter medo de mudar de lado se o coração mandar.
Porque cobrar do outro uma perfeição que você não tem é estar do lado de fora da raça humana.

 

 

Como fazer com que o amor continue quando a pasta de dente acaba

 

Cada pessoa tem um jeito. Você tem o seu, eu tenho o meu, meu marido tem o dele. Às vezes a pessoa além de um jeito, tem um ~jeitinho~.

O jeito de ser de cada um tem muitos ingredientes. Alguns atávicos, outros genéticos, culturais, ambientais, adquiridos por contato e tudo mais. E, como em toda lista de ingredientes, tem coisas boas pra saúde e alguns aditivos que deixam a gente de cabelos em pé, tanto no caso de produtos quanto no caso de pessoas.

Meu marido, por exemplo, é muito controlador.

O lado bom é que ele provê tudo que é preciso em casa, cuida bem de todo mundo, é super correto em todos os seus compromissos e não perde um detalhe de nada.  Todo mundo tem defeitos, por isso, o mais sensato é ter uma atividade profissional que se adeque não só às suas virtudes, mas aos seus problemas também. Não é uma maravilha ter, por exemplo, uma dermatologista detalhista?

O lado ruim de ser controlador é que, bem, ele controla tudo. Todo e qualquer detalhe. E exige explicações. A mente dele precisa completar a história para poder funcionar com tranquilidade, como no caso de uma caixinha de fio dental, por exemplo.

Temos duas cubas na mesma pia do banheiro, lado a lado, uma pra cada um. O espaço da direita é das coisas dele, o da esquerda é das minhas e no meio temos as coisas em comum, como pasta de dente e fio dental.

Outro dia tinha 3 caixinhas de fio dental, de tipos diferentes. Escovei os dentes, passei o jato de água e peguei o fio dental antes do bochecho com meu amado Scope. Assim que peguei a caixinha do fio dental e puxei, senti que o fio tinha acabado. O pedaço que veio na mão era pequeno, quase insuficiente para a higiene. Usei aquela tática de enrolar bem e aproveitar ao máximo, mania que adquiri ao longo de mais de trinta anos de economia por força da dureza financeira. Fiz o bochecho e joguei a caixinha no lixo do banheiro. O lixinho do banheiro foi pro lixo master e, no final do dia, já estava no caminhão da prefeitura.

À noite meu marido chegou em casa do trabalho, foi para o banheiro lavar as mãos antes do jantar e sua linda mente controladora tocou o alarme. Duas caixinhas de fio dental?!?!?! WTF? Mas de manhã eram três!

No comando das pernas, a mente de Isaac levou-o até meu encontro na sala de almoço com aquele olhar indignado de quem tem um mistério escabroso para resolver. Ele entrou na sala e atacou:

– Cadê a caixinha de fio dental?

– Tá na pia do banheiro.

– Não, não está. Tem só duas. Hoje de manhã eram três. Tem uma faltando.

– Ah, acabou.

– Como assim ‘acabou’?

– Acabou, não tinha mais fio. Sabe, tipo, tudo acaba, o fio dental, as caixinhas, a vida? Acabou.

– Mas acabou mesmo? Tem certeza?

– Acabou, meu bem. Eu peguei o fim do fio, nem era suficiente pra limpar todos os dentes. Aí eu peguei a caixinha e joguei fora. Meu bem, por que você tá fazendo um big deal dessa história? Acabou, joguei fora, fim da história. Podemos comer?

Ele sentou pra comer, mas era visível sua indignação. Eu sei como funciona. Ele sai, tem 3 caixinhas. Volta e tem só duas. Se eu o conheço bem ele deve ter procurado a 3a. caixinha vazia olhando na lixeirinha do meu espelho. Sabe, não é maldade, é uma coisa da mente controladora da pessoa. Tem uma coisa faltando, ela não viu, ela não se conforma, não aceita.

Eu, por minha vez, sou muito implicante. E não gosto de ter que dar explicações de todos os detalhes da minha vida. E é aí que o amor entra. Porque não é uma questão de lógica, mas de afeto, tolerância e compreensão.

Já entendi como as coisas acontecem e sei que pra que ele seja feliz, ele precisa saber das coisas, precisa aplacar essa ansiedade. E é pra isso que estamos juntos, para sermos felizes.

E foi assim que aprendi como lidar com isso. Agora, quando vou usar o fio dental, verifico se está no final. Se estiver e for acabar na minha vez, eu uso outro. Ou pego só um pedaço, calculando para que termine sempre NA VEZ DELE.

Agora mesmo fui escovar os dentes para sair e vi que a pasta de dentes estava no talo, quase no final. Espremi tudo o que eu pude até pegar aquele restinho de gel azul que costuma cair em todas as minhas roupas. Caiu de novo. Fiquei sem pasta. Fui tentar de novo, não deu. Peguei uma outra pasta, mas não joguei a que estava usada no lixinho. Deixei lá. Sei que quando ele chegar ele vai tentar interrogá-la, torturá-la, até que ela entregue mais um pouquinho de pasta. Não é mesquinharia, é hábito. E, quando ele notar que não tem mais jeito mesmo, ele vai jogá-la no lixo. Assim ele vai saber o final da história e vai arquivar o caso. Porque, pra mente do Isaac, não ter essa informação, não conviver com o término da pasta, do fio, de qualquer coisa, é como ler um livro até o fim e descobrir que alguém arrancou as últimas páginas. Meio que invalida toda a história. Sentia isso quando era estudante e alguém pedia a última mordida do sanduíche. Parece que fica faltando alguma coisa.

Aos poucos, com amor, carinho, compreensão e sem julgamento, vou conversando com ele sobre esses detalhes de personalidade, meus e dele. Hoje já conseguimos andar pela areia da praia e chegar ao outro lado e voltar sem que ele precise tocar a mão numa pedra no final da baía. Antes ele não conseguia. Se a gente resolvesse dar meia volta a alguns metros do paredão, ele corria até as pedras pra ~bater a mão~. Dependendo do meu humor eu vou até lá encostar na pedra, apesar de achar isso uma bobagem sem tamanho. Dependendo do humor dele ele abre mão do ritual.

O que conta, afinal, não é a lógica, mas o amor.
O amor prescinde de bom senso. O amor é absoluto. O amor aceita. Com alegria. E sem reclamar.
Um dia eu chego lá.^
Por enquanto eu só aprendi que sem sentido é viver sem conseguir amar.

 

A querida @alesie me convidou pra um papo sobre reality shows :)

http://videos.r7.com/r7/service/video/playervideo.html?idMedia=51005f3ab61cf8e62a6712b0

E depois de uma hora, o que aconteceu?

Sou viciada em Twitter, como já é de domínio público. Minha luta contra o vício é a mesma da luta contra a gula. Continuo gostando de twittar e comer, mas me controlo tanto quanto possível para não virar uma esfera gigante e inerte com os dedos colados no teclado e os olhos colados na tela.

A favor do Twitter e do uso contínuo de redes sociais fica a desculpa de que, depois de uma hora twittando, ganhei muita coisa. Reforcei ligações pessoais, conheci gente nova, adquiri novas informações, produzi e absorvi ideias. Embora sempre seja possível passar uma hora inteira de inutilidades adquirir um pouco de informação é quase inevitável.

Infelizmente nem tudo o que a gente faz na Internet tem uma utilidade ou resultado prático. Em geral muitos prazeres que nos divertem não levam a nada. Até um jogo disputado de forma repetida e que ensina alguma técnica para jogar melhor e, quem sabe, lucrar com isso, pode ser considerado uma utilidade. O que mais acontece, no entanto, é que passamos muitas horas com coisas que não apenas são inúteis, mas até maléficas para o espírito. Ler fofocas requentadas, maledicências e boatos, reproduzir mentiras e idiotices, brigar com todo mundo são só alguns exemplos de como jogar sua vida fora, engordar a bunda, enrijecer as artérias e matar neurônios com ajuda da modernidade.

Uma pergunta pode nos ajudar a selecionar melhor o uso do nosso tempo: depois de uma hora fazendo essa atividade, qual vai ser o output?

Se eu passar uma hora limpando a casa, fazendo faxina nas minhas coisas, depois de uma hora eu terei:

.gastado calorias
.melhorado o ambiente
.removido sujeira
.evitado doenças.
.gerado felicidade estética
.enaltecido o espírito.
.economizado a faxineira.

Se eu passar uma hora fazendo tricô ou crochê, também terei bons subprodutos. Pode ser um cachecol, uma bolsinha, um conserto em uma roupa.

Ler um livro por uma hora é um treino para a tenção, um deleite para a imaginação, exercício e aprendizado.

E assim vai. Uma hora de exercícios físicos pode prolongar e melhorar a qualidade de vida, acrescentando saúde para seu corpo e sua mente.

E se você ficar uma hora jogando um joguinho no celular? Depois de uma hora passou uma hora, apenas. Você poderia ter ficado olhando para o relógio que o tempo teria passado e o outcome seria o mesmo: nada. Melhor dormir uma hora, que a ‘siesta’ melhora a digestão.

Uma hora no trânsito é irritante por isso. Um desperdício de vida útil sob pressão da cidade. Horrível. Uma hora em pé num ônibus, num trem ou metrô é igualmente terrível. Se pelo menos você puder ficar sentado ouvindo músicas ou notícias, lendo, já é uma vantagem.

Claro que uma boa hora de ócio é sensacional e necessária. Mas o ócio inútil também vicia. A preguiça é um vício como a gula, muito difícil de combater. Pior quando é algo quase genético, uma preguiça atávica que já vem no seu sistema operacional.

Gerenciar o tempo, parar para pensar na utilidade do que se está fazendo, aprender a se concentrar para realizar tarefas com eficiência no melhor tempo possível é uma arte quase perdida. A geração Y, especialmente, coloca o desejo acima de tudo, como se o que ela ~quer~fosse a melhor coisa para o mundo. Às vezes não é nem a melhor coisa pra ela, é só o ego no comando em busca de uma existência de hedonismo.

Sei que você não gastou uma hora lendo este post. A pergunta que fica é, o que você vai fazer com o resto dos minutos que você tem agora, até que uma hora se complete?

Pense nisso.
Tempo não é dinheiro, tempo é investimento de energia vital.
Escolha bem a forma como você vai usar seu tempo para que seu ócio não seja fatal.

Bom dia.

A volta de quem não foi

Voltei.
Voltei de férias para o trabalho. Voltei do ócio domiciliar para a prestação de serviço corporativo. Voltei das manhãs de acordar cedo pra não fazer nada para os dias preenchidos com compromissos. Voltei pra pilha de contas a pagar, deveres a cumprir. Voltei, basicamente, daquelas semanas em que os adultos podem fingir que são crianças com pouca responsabilidade e muita diversão para o mundo maduro em que somos os responsáveis por tudo e por todos.

Não cheguei a ir longe. Fui para o interior no final do ano, depois para o litoral. Não saí nem do estado. Num radio de 200 km, fiz um circuito de santos, São Paulo, São Pedro e São Sebastião.

Voltei também para as aulas de Pilates. Mais do que saudade, senti falta física dos meus exercícios de força e alongamento. Foi muito bom voltar para aqueles momentos em que meu cérebro inteiro só tem como objetivo administrar meu corpo e minha vitalidade, obrigando todo o sistema operacional a sustentar meu peso numa posição de instabilidade mantida apenas pelos músculos do abdômen. Me faz lembrar de um antigo professor do curso secundário que tinha um carimbo de borracha com os dizeres ~venci pelo esforço~.

Apesar de todos os exemplos de retorno, temo não poder classificar minha atual presença como uma volta. Porque na verdade nunca fui a lugar nenhum. A chácara e a praia são destinos recorrentes em minha vida há quase vinte anos, sempre os mesmos. As atividades que fiz também são repetidas, como caminhar, nadar, cozinhar, ler, fazer tricô e crochê, cuidar da casa, da família. E, desde 95 com a Internet, estar aqui ou ali já é muito parecido. O fato é que todas as paredes e divisórias estão caindo por terra, não há mais distinção, a vida é um mingau grosso que sustenta partículas de todas as naturezas como uvas suspensas na aveia. Você está na praia e falando de trabalho ao celular, está no avião indo para uma reunião e postando fotos da janela no seu instagram pessoal, você está no banheiro e lendo sua timeline, exemplo mais adequado da mistura de vida pública com privada.

O paradoxo da volta dos que não foram invadiu até meu guarda roupa. Visto-me de forma que comporte tudo no mesmo dia. Tenho que usar alguma coisa que seja cabível não apenas em mim, mas no meu entorno e suas atividades, seja para gravar um vídeo, dar uma entrevista ao vivo, comparecer a um evento, ver um filme no cinema, uma estreia no teatro, um almoço de trabalho, dar aulas, palestras ou comprar iogurte desnatado no supermercado.

A conexão física de todas as pessoas e coisas está mudando o comportamento dos seres viventes. Comentei isso num post chamado Teoria dos Meios Comunicantes. Cada vez mais se nota essa interpenetração das coisas, gerando um ambiente mais homogêneo. Já acho tudo tão parecido, que tenho dificuldade de saber onde li, onde vi, como fiquei sabendo. As informações se misturam sem parar.

Agora, por exemplo, estou aqui escrevendo esse post. É trabalho, mas é lazer. É meu, mas é de todos. É público, mas é pessoal. É efêmero, mas é eterno.

Melhor assim, pois todos nós mortais podemos celebrar com alegria o fato de estarmos vivos, sem definições, sem medos e sem barreiras.

Boa tarde, querido leitor.

Passeio pela Liberdade

Adoro caminhar. Ando por toda a cidade de São Paulo e por todas as cidades que visito quando viajo. Peço sempre aos céus que mantenham minha saúde, em especial minhas pernas, mãos, olhos e sanidade mental, embora essa última já não seja mais a mesma.

Nos passeios que meu marido e eu fazemos diariamente, sou a que costuma sugerir o destino da caminhada. Na quinta-feira fomos até o Parque da Água Branca. O Parque está lindo. Tem área de leitura com bibliotecas públicas e livros para todos, uma área com árvores brasileiras devidamente identificadas, galos, galinhas e pássaros por todo lugar. Não é permitido levar animais ao parque, mas para seres humanos é um ótimo passeio.

No caminho até o Parque passei por uma loja de sapatos que estava em liquidação e comprei um par de sapatos muito lindo. Meu marido me deu uma bolsa de presente. Saí de lá toda feliz.


Sapatos


Bolsa

Ontem resolvi fazer um caminho que sempre fazemos nos finais de semana, de casa até o bairro da Liberdade. Adoro ir lá, sempre vou comprar coisas pra casa e pra mim. O passeio foi uma delícia. Comprei várias coisinhas bacanas. Na livraria Sol comprei livros de tricô, crochê, origami, amigurumi, furoshiki.

Depois fui a uma galeria de roupas e quinquilharias. Sempre fico pensando que todas aquelas roupas podem ter sido fabricadas por crianças escravizadas e resolvo não comprar nada. Mas numa banca que me pareceu diferente comprei duas camisetas pra mim.

Visitei o mercado que adoro e comprei alguns ítens para a casa (adoro comprar coisas de cozinha). Depois entrei num mercado e comprei shiitake, pitaya, sucos.

À tarde fizemos uma bobagem. Caminhamos demais no mesmo dia. E o caminho era feio, lugares desagradáveis e difíceis para caminhadas. Mas aproveitei pra comprar toalhas por quilo. Na hora de pagar, vi uma balancinha de banheiro minúscula, digital. Por cinquenta reais. Comprei-a. Achei a coisa mais fofa do mundo. É muito pequena e dá pra levar na bolsa!

Compare a balança com o tamanho do meu pé 36

Em outras palavras, meus últimos dias de férias são esses. Caminhadas e comprinhas pelas ruas de São Paulo. Nada de mais, mas tão saudável e prazeroso.

Bom dia, querido leitor.

O problema do fone de ouvido com pilhas

Ter um bom fone de ouvido é um prazer imenso. Vale a pena. Há alguns anos comprei um para meu filho que tem ‘noise cancelling‘, cancelamento de ruído. É realmente incrível. Você coloca o fone, aciona o botão que cancela ruídos e… silêncio total. Uma pessoa a sua frente pode falar que você não ouve NADA.

Sempre usei fones de ouvido pequenos, com aquela borrachinha anatômica, desse tipo, meus favoritos:

Também ganhei um par de fones de ouvido de brinde, de uma marca, que uso bastante. São bem legais, normais, do tipo pluga e bota no ouvido, fim da história.

Até que eu resolvi que eu queria experimentar os famosos fones Dr. Dre. (imagem de cima) Ganhei os fones do meu marido, coloquei as pilhas e comecei a usá-los. Muito legal. Só que…

Depois de um tempo os fones começam a cansar um pouco. Esquentam as orelhas, geram um certo ~cansaço auricular~.

E tem o problema GRAVE: ele não funciona sem pilhas. Não é que sem as pilhas ele não oferece o sistema de cancelamento, ele apenas não FUNCIONA sem pilhas. Pra dificultar, o botãozinho do lado direito que liga o fone é muito pequeno, sensível. E fácil de ficar ligado. E aí, você liga o fone, ouve a música, o vídeo, esquece o botão ligado e, na manhã seguinte, não tem mais pilha.

Acabou de acontecer. De NOVO.

Ontem à noite, liguei o fone com pilhas novas, assisti alguns episódios de Desperate Housewives. Fiquei com sono, fui dormir, esqueci o botãozinho ligado e… mais duas pilhas.

Resultado, voltei para os fones de ouvido de brinde, que não precisam se nada.

Tem dias que a tecnologia não facilita a vida, né?

A confissão de Lance Armstrong, assunto do dia

Ouvi no rádio, vi um RT do @forastieri no Twitter e agora estou vendo a matéria da ABC sobre a confissão do ex-atleta Lance Armstrong para Oprah, admitindo o uso de doping. A entrevista foi gravada e será exibida na 5a. feira.

Clique nas manchetes e leia mais sobre essa entrevista que deverá alavancar a audiência de Oprah, sem doping.

Papagaio cantando no chuveiro, que fofo!

http://www.liveleak.com/ll_embed?f=845d4a78b410

O desejo da outra

Toda vez que falo ‘ah, brasileiro é muito isso ou aquilo’ fica parecendo que não sou brasileira. Sou, claro que sou. Mas ser brasileira não me impede de olhar o povo brasileiro com olhos críticos. Talvez até me credencie a falar já que convivo com brasileiros como eu. A mesma coisa vale para falar de mulheres. E, olha, por mais feminista, feminina, feminesca que eu seja, vou te contar que mulher é um bicho complicado. E invejoso.

E é como mulher e invejosa que vou falar do assunto. Mulher quer o que a outra tem. Ponto final e fim da história. Ou começo da historinha que vou contar agora.

Aconteceu em Barra do Una, transmiti pelo spreaker, mas acabei deletando o post que escrevi, numa crise de consciência. Eu também faço coisas que minhas amigas fazem, copio ideias de artesanato de mulheres que fazem tricô e crochê. Não sou diferente de ninguém no quesito inspiração em ideias alheias. Mas o caso aqui não é de inspiração e sim de comportamento, de desejo feminino. Foi assim:

Estava chovendo em Barra do Una, pra variar e ao sair do mercadinho resolvi passar numa lojinha de roupas ali na praia. Eu queria um macaquinho. Fui até uma arara e comecei a procurar por eles. Achei um. Na mesma arara uma mulher estava com a mãe procurando vestidinhos.

Perguntei pra vendedora se os macaquinhos estavam na mesma arara dos vestidinhos, misturados. Antes que a moça pudesse responder a compradora dos vestidinhos disse:

– Os macaquinhos estão aqui, misturados. Eu já passei por um monte deles, tô procurando vestidos.

– Obrigada – eu disse. E peguei um macaquinho rosa, fui pra cabine experimentar os dois.

Ficaram grandes pra mim. Voltei, pendurei os dois macaquinhos e, ao tentar pegar outros, percebi que não havia mais nenhum na arara. Nem UM. Vi, de longe, que a compradora dos vestidos, pegou TODOS OS
macaquinhos da loja e foi experimentá-los no provador ao lado do meu.

E, claro, a mãe dela voltou, pegou os que eu provei, levou pra filha, que comprou o cor de rosa que eu experimentei.

Passou. Saí da loja e não comprei nada.

Corta para:

Externa. Manhã de chuva. São Paulo. Lojinha de roupas que abriu no Bairro de Higienópolis

Saí do pet shop, vi uma nova lojinha de roupas e entrei para experimentar um casaquinho. Vi coisas absolutamente lindas, peças únicas, fiquei encantada. Cinthia, a dona da lojinh veio de atender. Conversamos e comecei a provar algumas coisinhas. E entrou uma mulher. Ela também achou tudo lindo, mas não estava provando nada. Até que eu vi uma peça, uma blusa colorida, dobrada numa pilha no chão. Pedi pra ver a blusa, era G. Mas era bonita, colorida. Perguntei sobre a estampa. A mulher que olhava as araras enlouqueceu. Ficou ao meu lado, pegou a blusa, segurou-a. Tirou-a da minha mão, por assim dizer e foi pra cabine que eu estava usando para experimentá-la.

E aí eu virei pra Cínthia e perguntei:

– Bom, eu tenho certeza que ela vai comprar a blusa que eu cobicei, mas me conta uma coisa, o que é isso que acontece com as mulheres? Por que a mulher quer o que a outra quer, quer possuir o DESEJO da outra?

E Cínthia respondeu:

– É assim mesmo, até pior. Tem muitas, mas muitas mulheres que ESPERAM a outra pegar um cabine, experimentar uma roupa para escolher a mesma depois.

– Elas querem o que as outras querem, é isso?

– Isso.

Vou ficar aqui meditando, sobre as coisas que eu quero, sobre o quanto outras mulheres me influenciam. Porque também sou afetada por isso. Também quero muita coisa que minhas amigas têm, quero ir a lugares onde elas vão, sigo seus conselhos e recomendação. Mas eu jamais ficaria esperando uma mulher pegar um cabine pra experimentar a roupa depois.

Enfim, acho que é só uma questão de nuance, de grau. Porque vai ver somos todas assim e a gente apenas não tenha consciência disso.

Chove. Vou ficar em casa pensando nisso e aguardando seu comentário, original e único.

Update – achei muito legal o comentário da Maria Hilde sobre o caso. Veja a experiência dela:

“Oi Rosana, tenho um brechó há 17 anos. E como todo brechó as peças são únicas e não temos grade de numeração. Mas basta uma cliente reservar a peça (deixar em cima do balcão para provar) que essa peça vira desejo, cobiça, mulherada torcendo para não servir. Uma coisa impressionante. Já até pensei em fazer um marketing tipo, olha só: tá reservada, então é bom!! rs.. e eu acho que é mais ou menos por aí o pensamento “delas” ou “da gente” A analogia é quase a mesma da fila (a tal fila que o povo entra sem nem saber pra que).
Em tempos não acho que meu comentário seja original, mas o brechó é…rs.
http://obrechocamarim.blogspot.com.br/
Maria Hilde”

Boletim da quarta chuva

A vida de transparência social em que todos falam de si o tempo todo e atualizam seus paradeiros e atividades tem um preço. E o preço na etiqueta desse comportamento em rede diz claramente que temos que dar satisfações de tudo. Das nossas atitudes e atos, pensamentos e fatos, palavras e gestos. Exatamente por isso quando você faz uma pergunta no Twitter você recebe, em vez de respostas, dúzias de questionamentos. Porque ao fazer uma pergunta você levanta lebres adormecidas e paranóicas que passam a suspeitar da intenção de sua indagação.

Se o objetivo da pessoa é vencer batalhas, o caminho para a briga se abre como sésamo. Se, ao contrário, você não se importa em ter que se explicar em nome de um bem maior, como a economia de energia, então você vai explicando e ponto final.

No momento estou trilhando o caminho das explicações, quase na esquina da rua da tolerância com o beco do vá lá que seja. Estou sentada numa banqueta alta de um balcão da cozinha escrevendo este post. Meu marido está lendo um guia de restaurantes no Litoral Norte e, de vez em quando, sugere um lugar para almoçarmos. Ao longe ouvimos o pessoal da construção ao lado, gritanto para superar os decibeis das máquinas que nos atordoam durante o horário comercial. A faxineira está limpando a casa e deixa seus produtos e panos espalhados por todos os lugares, para meu desespero. Sempre fico aflita com a mistura de produtos de limpexa com comida. Nem no supermercado eles se misturam e evito adquirí-los na mesma viagem. E, no entanto, aqui está o desinfetante com a tampa aberta ao lado das bananas. Mas ela é ótima e querida e eu nem estou na vibe de reclamar, na verdade.

Estou de férias, mas não estou. Tenho algumas coisas para fazer, planejar escrever, decidir e pagar. Num mundo conectado e adulto não existem férias como antes as concebíamos, tudo se mistura, o que nem é totalmente ruim. Viver e trabalhar para mim são bem parecidos, já que transito muito mais pela área acadêmica e artística do que pelo mundo da indústria pesada e mineração.

Estou lendo dois livros ao mesmo tempo, um sobre a pós-modernidade de Zygmut Bauman e o Caderno de Maya da queria Isabel Allende. Sou fã dos dois e fico feliz em saber que estão ambos vivos e com saúde. Sempre choro quando leio um livro que amo e percebo ou lembro que autor está morto e não poderei trocar nem uma palavra com ele.

Lá fora está chovendo. Pela quarta vez. A chuva não se decide, não sabe se cai ou fica. Enquanto isso vai mostrando todo seu repertório. São Pedro em dia de mostruário.

Já fomos até a praia e voltamos, já tentei ler no quintal e desisti, já sentei numa cadeira molhada sem perceber. Respondi alguns emails, ativei e desativei a paranoia. Acho que me deixei contaminar pelo clima de incerteza da natureza.

Tenho postado pouco no blog e no Twitter, nada no Facebook, pouco no Instagram. Não liguei pra minha mãe, falei pouco com minha casa.Fico aqui pensando se o novo estado de férias deste mundo ultraconectado não é justamente o silêncio, o exercício de guardar coisas para si, de fazer sem mostrar, de pensar sem publicar, de promover pequenos segredinhos, como roubar mudas de plantas do mato da estrada e plantá-las num vaso de garrafa pet cortado com faca.

Segredos não precisam ser coisas terríveis escondidas. Segredos podem ser apenas pequenas criaturas invisíveis que fortalecem sua mitologia interior.

Bom dia.

Feliz dia do leitor

Olha, se não for hoje o dia do leitor, me perdoe. Eu estava na cozinha, fazendo o café da manhã, quando ouvi o Milton Jung na CBN, que estou ouvindo no meu iPad com meu mini alto falante, dizer que hoje comemorava-se esta data. Imediatamente limpei as mãos num pano de prato e abri o velho laptop para postar. Como não cumprimentar você, querido leitor, no blog chamado Querido Leitor, no dia do mesmo?

Portanto, sinta-se cumprimentado.E muito obrigada.

E já que estou aqui, vamos ao meu status atual.Voltei para Barra do Una, em busca de sol. Ontem, depois de um trânsito infernal de domingueiros na única estrada congestionada, chegamos a tempo de pegar um pouco de praia. Sem muito sol. E ai choveu sem parar até ahora de dormir.

Felizmente o dia amanhaceu lindo. Dormi pouco e mal, porque estamos com Otto e Ruby e minha queridinha está no cio. Não queremos que eles cruzem agora, o que torna a vida com chuva numa casa de praia com dois cachorrinhos nessas condições um tanto quanto complicada.

Chegamos a pensar em comprar um pacote e viajar para Natal, mas como o sol saiu, nossas decisões tomadas em cárcere privado por causa da chuva foi alterada pelos lindos raios solares que pintam o chão da casa agora.

Bom dia pra você e até mais tarde. Vou terminar de fazer o café da manhã. A fome bate à porta.

Hugo Chávez entre a vida e a morte

Retoricamente, todos nós mortais vivos estamos, por assim dizer, sempre entre a vida e a morte. Mas o caso de Hugo Chávez não é retórico, mas literal. o The Guardian diz que os eleitores e simpatizantes de Chávez estão rezando e esperando notícias de Havana sobre o estado de saúde do presidente reeleito.

O link está aqui, texto em inglês.

Hugo Chávez fights for life as supporters pray in Venezuela | World news | guardian.co.uk.

Entrevista para o Futura

Thiago Gomide, Editor de Jornalismo do Canal Futura fez uma entrevista bem legal comigo.
Aqui está o resultado.

Primeiro dia de mau humor

Humores são fluidos e pouco se pode fazer para controlá-los quando jorram. Hoje eu acordei de mau humor. Isso mesmo, no segundo dia do ano novo, de férias, na praia, de barriga cheia. Não peguei a senha na fila, não esperei minha vez, não tirei a carteirinha que me dá direito a ficar de mau humor num mundo onde tem gente passando fome e sofrendo injustiças. Fiquei de mau humor assim mesmo, na contravenção, ilicitamente.

Muita gente pensa exatamente assim, que pra ter mau humor você precisa de uma espécie de licença da prefeitura da vida. Acontece que o mau humor acontece, não é uma decisão. Você não acorda pela manhã e diz, Ah, que lindo dia para ficar de mau humor!

Você acorda e ele já está ali, resmungando pra você levantar, incomodado com a dobra do tapetinho, puto da vida porque não acha o outro pé do chinelo, implicando com a torneira na hora de escovar os dentes.

Não sou uma pessoa mal-humorada naturalmente e, por isso, não sei muito bem o que fazer com ele. Já levei o bichinho pra dar um rolê de bike a procura de pão. Não tem pão de nenhuma espécie em Barra do Una desde ontem. Agora vou levar meu mau-humor para dar uma volta. Quem sabe ouvindo música. Se ele não der o braço a torcer, vou tentar outros caminhos. Vou ler pra ele, vou molhá-lo na chuva, deixá-lo de molho na salmoura, esticá-lo na areia pra secar ao sol. Vou distraí-lo com lãs e linhas e trabalhos manuais.

Quem sabe ele se distraia e se perca, quem sabe ele desista de mim e pule como um mico no ombro de outra pessoa.

O mau humor acontece, sem avisar e sem predir licença.
Hoje você pode ficar tranquilo, querido leitor.
Todo o mau humor do mundo está aqui comigo.

Bom dia.