Chora, Argentina

Hoje foi uma tarde de maratona de futebol na TV. Peru x Colombia, Argentina x Uruguai, Santos x Atlético Mineiro.

Foi realmente emocioonante acompanhar a cobrança de pênalties, o Tevez errando, o Uruguai ganhando e o Twitter inteiro celebrando com #chupaargentina.

Aproveitei para visitar o Clarin e ver a manchete:

Vamos ver amanhã, contra o Paraguai.

Vida simples

Terminei o post anterior e fui caminhando até a praia. É muito perto. Passo por um pequeno conjunto de casas simples e pequenas lojinhas, viro à direita, passo em frente ao cemitério e a igrejinha, viro na viela e já estou na praia de Barra do Una.

A primeira visão é a do rio. Lindo.

Rio Una

Depois vem o mar. Hoje o mar está calmo, muito calmo. E a água fria. O sol, forte, dá até pra bronzear.

Tomei um suco de kiwi e me arrependi, quando a paranoia bateu sobre a suspeita da água do gelo e do suco. Enfim, vou ter que confiar nos meus anticorpos.

Consegui ler um pouco e pensar na vida. Será que Freud estava certo em sua tese sobre o Todtreibe? Buscar paz e tranquilidade é o lado direito do cérebro se preparando para a morte? Kierkegaarde, a Grande Ilusão, Jung e outros temas me acompanharam durante o banho de sol. É adorável ficar na praia, lendo, contemplando a paisagem e pensando no grande plano da vida.

Vai ver no fundo o nosso problema é esse mesmo, o medo de que tudo seja “uma vida sem sentido que termina com a gente morrenddo no final”,igual filme europeu ruim.

Mas deixe a finitude pra depois. O sol convida a viver, a pele agradece o calor, a fome clama por almoço.

É um lindo dia de inverno e eu estou feliz, porque descobri que sou livre e estou viva. Viva a liberdade de viver.

Ah, o litoral!

Há quase vinte anos venho para a mesma praia. Sempre o mesmo lugar. É natural que eu me sinta em casa aqui.

De vez em quando, alguma surpresa acontece. Uma nova loja aqui, outra que fechou ali. Mas é o sempre o mesmo mar, a mesma areia, o mesmo céu, sol e todas aquelas coisa da bossa-nova.

Sim, eu sei que nada permenece, que tudo muda mesmo que não pareça. Mas falo de uma sensação, de familiaridade, de identificação.

Quando estou aqui, eu me sinto inteira. E forte. Pra pensar em todas as coisas que quero mudar na minha vida.

Quero ser mais natural. Menos industralizada. Quero procurar beleza, afeto e inteligência nas coisas, humanidade nas pessoas. Cansei de gente que só reclama, só agride, só fala mal, que está sempre azeda. Eu vejo exemplos o tempo todo. São pessoas que estão no caminho errado. Eu já trilhei esses caminhos. Eu os conheço Não sou melhor do que ninguém, mas vivi essa falsa sensação de estar agradando porque estava gritando alto o que ninguém queria dizer.

Li ontem que o lado direito do cérebro, se eu não estiver confundindo, tem consciência da própria finitude. E se prepara pra isso. Quero viver cada dia como se não houvesse amanhã, mas com a esperança de que o amanhã chegue pra mim.

Bom dia, bom sábado. Faz um sol lindo lá fora e eu vou lá, rever o mar.