Conheça Castel Gandolfo, a residência do Papa Emérito Bento XVI

Ah, a Internet. Maravilha das maravilhas. O acesso a tudo. OK, quase tudo.

Assim que ouvi que o Papa Emérito Bento XVI havia ido para a residência oficial de verão em Castel Gandolfo de helicóptero, comecei a procurar coisas na web. Primeiro, a localização do Castel Gandolfo no Google Maps. Castel Gandolfo é uma pequena cidade na comuna de Lazio.

Achei esta bonita magem do Papa Emérito na sacada de onde vai ver o lago Albano. Ele vai ficar lá até que o novo papa seja eleito. Será seu ‘regúfio’ durante o conclave, define a AFP.

Vista da sacada do Papa Emérito Bento XVI, em Castel Gandolfo

E aqui, um vídeo lindo mostrando Castel Gandolfo, sua história, tudo. Muito lindo.

Vdeo reportagem mostrando o Castel Gandolfo inclusive por dentro.

Os jardins de Castel Gandolfo

Bento XVI no Castel Gandolfo, em outra ocasião

Um slide show do Flickr.

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Vamos todos viver em paz.

Dicas de viagem – onde eu errei e onde acertei

Eu já vou parar de falar da viagem, juro. É que eu cheguei hoje. Ainda estou na vibe. E queria aproveitar para compartilhar alguns erros que cometi (cometemos), para evitar que outras pessoas repitam as mesmas bobagens, caso optem pela sensatez que esqueci de colocar na mala. Vou separar por lugares visitados, assim vou falando dos erros de uma forma geral. E dos acertos, claro.

Fizemos tudo sozinhos, com a ajuda da querida Internet. Eu queria passar meu aniversário em Santorini, por isso fizemos o trajeto São Paulo – Roma, Roma – Positano-Roma (carro), Roma-Atenas , Atenas -Santorini e depois a volta louca SAntorini-Atenas-Roma-São Paulo.

 

ROMA

.A primeira coisa foi decidir a data e a Companhia Aérea. Escolhemos a Alitália e não gostamos. Pelo menos o voo era direto. Escolhemos as poltronas, mas não foi tão bom assim, nem com o SeatGuru. Mas isso eu contei em outro post.

.Não conhecia Roma. Não tinha ideia dos bairros, do que ficava onde. As chances de cometer grandes erros nesses casos é imensa. Por isso você precisa fazer duas coisas: pesquisar em bons blogs de viagem e falar com quem já foi a Roma nas redes sociais. Fiz as duas coisas. Pesquisei muito no Viaje na Viagem do Ricardo Freire e falei com a Lelê que conhece muito bem a Itália e com a Marcie, que morou lá 15 anos.

.A primeira coisa é decidir em que lugar de Roma você vai se hospedar. Li todos os comentários e sugestões do ViajeNaViagem e decidi que eu não queria ficar no Termini. Eu queria ficar no centro histórico, pra fazer tudo a pé. Escolhido o bairro parti pros sites TripAdvisor (eu não curto muito, cismo com ele) e Booking.com em busca de hotel. Fiz a reserva em um hotel e depois fui procurar referências de vídeo no YouTube. Fiquei com um mau pressentimento. Cancelei a reserva do Locanda degli Antiquari e fiz a melhor coisa da vida, troquei de hotel. Nem sei se o anterior era mesmo ruim, mas o Relais Maddalena era simplesmente PERFEITO. Margherita e Francesco foram fofos desde o primeiro contato. Uma van foi nos buscar no aeroporto e nos levou para o hotel. A chegada foi meio estranha (já contei no blog), mas foi simplesmente sensacional. Quartos amplos, banheiro moderno, pé direito alto, café da manhã aconchegante e a chave da porta da rua e do quarto, que deram um ar de “estar morando” lá.

.A primeira coisa CERTA que fiz foi comprar um Chip local. Tirei meu chip do celular e guardei o coitadinho. Fiz um plano de Internet ilimitada da TIM. E, sendo TIM, tive problemas. O cara vendeu o plano e não o ativou. Resultado: em um dia eu estava sem carga, tive que comprar um cartão de recarga e colocar mais crédito. Acabou de novo. Fui em outra loja e a atendente muito gentil disse que meu plano ilimitado não tinha sido ativado! Voltei na loja e com meu italiano ridículo quebrei o pau com o vendedor. Quando fico brava eu falo a língua local perfeitamente, nem sei como. Uma brasileira MUITO gentil que trabalha no consulado, a Tatiana Kalil, tradutora, jornalista, fotógrafa e um ser humano incrível (estava com sua filhinha), me ajudou a descascar o abacaxi. Ele `devolveu` os 20 euros que gastei na recarga indevida com um 2o. chip, que o Isaac usou no iPad. Eu sempre uso chips locais. Faço isso em Berlim (O2), fiz em Madrid (Orange) e fiz na Itália (TIM).

.Outro acerto: fiz um MAPA no Google Maps com todas as indicações. Isso foi muito útil:

.Levei sapatos errados pra Roma. O chão é irregular na parte histórica e em todas as ruínas. Tem que ir de sapatinho baixo ou rasteira (só que suja os pés) ou tênis com meia leve (prefiro). Levei mais roupas do que deveria. E acho que ficamos um dia a mais do que o ideal. Levamos protetor solar e compramos chapéus. Outra dica é comprar todos os ingressos antes pela Internet. O Coliseu por dentro é imperdível. Mas a fila é imensa aos domingos. Fomos na 2a. feira, muito melhor. Não perca o Foro Romano, as ruínas. LINDO.

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O Vaticano é cansativo, desorganizado pra entrar e eu não curti. Nem a Capela Sistina. Não me senti bem lá. Gente demais, riqueza em excesso. Enfim, o passeio todo foi meio tenso num dia quente demais. Eu não iria de novo.

.Alugamos um carro na PIOR locadora EVER, a Europcar. Pedimos um carro, veio outro totalmente diferente. Eu tinha medo de alugar um carro cujo porta-malas não comportasse nossas 4 malas e mochilas. Encomendamos um carro sensacional e pegamos um carro sujo, muito inferior. Aquele truque de ‘mesma categoria’, sabe? O atendente no Terminal de Trem era um grosso, o carro estava na RUA, ele não explicava onde e ficamos andando no sol, quatro patetas com cinco malas, bolsas, mochilas, sem chegar nunca no lugar certo. Foi um horror. Nunca mais vamos usar essa empresa. Finalmente achamos o carro. As malas couberam com muito sacrifício e fomos para a costa Amalfitana.

COSTA AMALFITANA – POSITANO

.Foi um acerto ter ido pra Costa Amalfitana. É linda. A estrada é tranquila, pedagiada. Pegue sei papelzinho e fique pronto para pagar na saida.

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.Outro ACERTO do Isaac: ele levou o iPad e baixou o TomTom de todos os lugares. Sem ele jamais teríamos chegado. O carro alugado nem GPS tinha. Outro acerto: levei o suporte do celular que gruda no vidro e organizei um jeito (com um travesseirinho de avião inflável) que resultou num suporte perfeito para o ipad no carro. Fomos tranquilamente com o TomTom nos guiando por todas as estradas. Passeamos também por cidades vizinhas como Praiano, uma graça.

.O Hotel em Positano, Eden Roc, foi indicação perfeita da Lelê. Adoramos o hotel. Logo no 2o. dia fomos para Sorrento, alugamos um barco e fomos até a Gruta Azul em Capri. Levei tudo que precisava. Protetores solares, óculos de natação, roupas leves, óculos de sol, chapéus. Foi perfeito.

.Voltamos de carro para Positano, fomos à praia, curtimos muito a cidade. Depois pegamos o carro e fizemos um longo passeio por outras cidadezinhas.

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E jantamos no melhor restaurante do mundo, graças ao conselho da querida leitora Meilin, o La Tagliata. Foi a noite mais incrível.

.O erro: não sabíamos que era tão difícil ir a uma praia de pedras. Nem de chinelo a gente aguenta pisar nas pedras. O ideal teria sido comprar um sapatinho de windsurf e entrar com ele na água. Fica pra próxima.

POMPÉIA e VESÚVIO

.A viagem de carro de Positano para Sorrento é linda. A gente vai beirando a costa, visões espetaculares.

.Foi bom ter ido pra Pompeia, mas erramos feio em não ter feito pesquisa antes. Ficamos andando de um lado pra outro, sem saber direito pra onde ir ou o que ver. Não tínhamos guia. Foi uma falha.

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Não aguentamos o calor e resolvemos ir para o Vesúvio. Foi muito complicado. A estrada que leva até a parte alta não acaba nunca. The long and winding road. A gente não sabia nem como era nem o que iria encontrar. Chega num ponto que você tem que estacionar o carro junto com os ônibus e vai subindo a pé. Subindo, subindo, sem parar, numa estradinha de terra e pedras, que leva até a cratera do Vesúvio. A subida é insuportável. Um calor de matar. A gente não sabe quanto tem que subir, quanto tempo vai levar, nem o que vai ver. E ai chega lá em cima, vê a cratera e pronto, hora de descer tudo de novo. Estávamos com fome, cansados e imundos. Tive que parar num posto de gasolina e comprar lencinhos umedecidos pra tomar banho de gato pra seguir viagem de volta pra Roma e pegar o avião pra Atenas. Foi bem ruim essa parte.

ATENAS

.Estava quente. Muito quente. O hotel era 4 estrelas, 3 no lobby, 1a no quarto. Muito ruim e impessoal. Saímos do ambiente queridinho do Relais Maddalena, da mordomia do Eden Rocs e fomos para aquele hotel bem fake, Royal Olympic, que não tinha nada a ver com a gente. Fora que o café da manhã custava 25 EUROS por pessoa! Imagine, um lugar onde a comida é super barata, cobrar 100 Euros pra família tomar café. Adoramos o Acropolis Museum, a coisa mais linda. Tem que ver. Amei subir pro Parthenon, uma emoção. Erro: saímos sem protetor solar. Tivemos que comprar no caminho.

.Plaka é um bairro muito bacana de Atenas. Queria tanto comer moussaká e comi. Duas vezes. Porém, eles botam muita noz moscada e acaba com o sabor do prato. Fica tudo com gosto de noz moscada.

.Outro erro foi ficar 3 dias em Atenas. Dois teriam sido suficientes. Com o dia a mais que ficamos em Roma por engano, mais o dia a mais em Atenas, poderíamos ter conhecido Veneza ou outro lugar bacana, por exemplo. Falha nossa.

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.Usamos a técnica dos assentos alternados e deu certo. Pegamos corredor e janela em duas fileiras. Ninguém marcou a do meio. Ficamos com 6 poltronas pra 4 pessoas e fomos de Atenas para Santorini pela Aegean.

.Outro erro: deveríamos ter ESTUDADO mais antes de ir para Atenas. A parte boa é que eu sei o alfabeto grego por causa da física e consegui ler MUITA coisa, tal qual eu havia dito numa palestra. 🙂

SANTORINI

.Santorini é um lugar especial. Coisa mais linda do mundo. O por de sol é indescritível. A ilha é mágica. Ficamos num hotel inacreditável no bairro de Oia (pronuncia-se Ía). Foram os dias mais inesquecíveis de toda a minha vida.

Essas duas fotos que já publiquei no blog falam por si.

.Acertamos demais em ficar no Atrina Traditional Houses, no Canava 1894. Melanie é uma inglesa filha de pai grego que passava as férias na casa da avó em Santorini. E foi morar lá. Tudo é incrível. Você recebe um celular com hotline para chamar quando precisar, a chave da casa, todas as instruções e pronto. Sobe e desce e vai e volta.

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.Alugamos um carrinho conversível, um Beetle. Não dá pra ficar em Santorini sem carro. A ilha é grande e tudo é meio longe.

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.Acerto: fomos à praia da Kamari (black beach). Erro: fomos para a praia de Perissa. Não curti e voltei pra Karima.

.Erro: não fomos ver as escavações de Akrotiri. Falha imensa. Um sítio arqueológico do neolítico!

.Acerto: subimos a louca estrada de curvas que leva até Ancient Thera. Incrível.

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.Erro: calculamos mal a grana e o dinheiro em papel moeda acabou. Tive que sacar do caixa eletrônico em Santorini, mas sem problemas.

.Acerto:Fizemos todos os checkins online e usamos o dropbox pras malas. Em três dos seis vôos, minha teoria sobre os assentos alternados funcionou (já falei disso no blog). O aeroporto de Santorini é pequeno e bagunçado. Chegamos muito em cima da hora, mas deu tudo certo.

.Acerto: andar com lenço de papel e lenços umedecidos full time. Calorzão nessa época do ano.

.Acerto: ter amigos incríveis na vida, que tornam as viagens inesquecíveis.

Muito obrigada. Agora voltamos a nossa programação normal.

🙂

A primeira impressão da Alitalia

Além de ser um grande homem meu marido é um homem grande. As poltronas estreitas e com espaço reduzido entre as fileiras transforma a classe econômica num sacrifício para ele. Em voos longos o sofrimento fica quase insuportável principalmente em voos diurnos. Ele, que já tem dificuldade para dormir no avião, simplesmente não consegue se ajeitar e encontrar espaço para relaxar durante algumas horas de sono.

Em função disso sempre procuramos agendar assentos em lugares mais favoráveis e consideramos um upgrade para a executiva. O problema é que voar de executiva é realmente muito caro. Um voo direto SP-Roma, que na econômica custa 1.500 reais, pula pra 5.400 reais. Só de ida. Ida e volta resultaria em 11 mil reais só de passagem para cada pessoa. Como o voo tem 11 horas, a conta fica simples: 500 reais por hora voada. E, claro, tem uma business flexible por 6.600 reais irreais.

E assim resolvemos ir para Roma de econômica, os quatro. Como sempre faço, entrei no SiteGuru para escolher os lugares com Isaac. Ele viu que as cadeiras da fila 31 tinham mais espaço para as pernas e custavam um pouquinho mais. Compramos as 3 disponíveis e uma normal na mesma fila.

O problema é que esses assentos têm algumas desvantagens. Sim, tem espaço para as pernas. Porém:

.elas ficam próximas aos banheiros. É um tal de entra e sai e fila de gente o tempo todo.

.você não pode colocar a bolsa nem nada embaixo do assento, porque não tem assento na frente. Um saco ter que ficar pegando no bin acima da cadeira.

.as mesinhas de comer ficam embutidas nos braços E COM ISSO, os braços são fixos e largura já reduzida das poltronas fica ainda MENOR. E é isso que acaba com toda vantagem.

.Só quem vai na janelinha é que tem espaço para as pernas e para recostar a cabeça. E mesmo assim fica com vista para os banheiros.

.e sempre tem alguém sentado de FRENTE pros 3, na cadeirinha de embarque da tripulação. Não sei se essas pessoas são amigas da tripulação ou what, mas na ida e na volta tinha gente sentada o voo inteiro ali, olhando pra sua cara. (Poltronas 31 A,B,C)

 

Até ai, problema de quem não é rico ou não quer gastar dinheiro. Agora vamos à Alitalia.

Eu achei a pior companhia aérea que já voei. Não conheço tantas assim, mas já voei Gol, Varig, TAM, Lan Chile, British, Lufthansa, Iberia, etc. E a Alitalia foi a pior de todas.

As poltronas são muito estreitas, coladas umas nas outras. A tripulação briga, não atende bem, não faz muita questão de ser gentil. Os banheiros ficam sujos, ninguém limpa, um horror. (Claro, tem a participação do povo que não tem educação, lamentavelmente). Mas o PIOR é a comida.

PQP, gente. Você vai para ROMA, onde qualquer restaurante simplório serve um spaghetti com molho de tomate maravilhoso e ai voando na Alitália, você escolhe pasta e eles servem um tijolo de água e farinha, inodoro e insípido, recheado de OVNIS, sem gosto de queijo, que não dá nem pra comer como jantar italiano?

O suco de laranja era VERMELHO. E horrível.

E o café da manhã? O pão era tão duro que não passaria pela segurança, classificado como arma para matar um piloto e sequestrar o avião. As frutas estavam passadas e avinagradas. O café frio. Foi o pior café da manhã que já passou pela minha bandejinha.

O mais impressionante é que nos dois voos de companhias aéreas da Grécia, Aegean e Olympic, as poltronas era de couro, largas, muito mais confortáveis. Quer dizer, você tem um assento maravilhoso prum voo de meia hora e uma cadeira de tortura pra voar quase 12.

Enfim, foi uma experiência muito desagradável que não pretendo repetir.

Estou trocando o arrivederci das aeromoças por uma pernacchia do Otelo Zeloni da Familia Trappo.

 

 

Positano, na costa Amalfitana

Ontem foi nossa última noite em Roma. Jantamos no Santa Lucia, indicacação da Lelê. Lugar muito bonito!

Estamos de saida para Positano. Alugamos um carro e vamos para a Costa Amalfitana. Espero que eu goste tanto quanto sonhei. Durante muitos anos, no começo da Internet, eu tinha uma foto da encosta de Positano no meu Desktop, como fundo de tela. E dizia…um dia eu vou pra lá.

Pois bem, esse dia chegou e… é hoje!

Até mais tarde!

Coliseu, Foro Romano e etc

foto 360 do Coliseu

Foto 360 do foro romano

Dia quente e impressionante.

O Coliseu por dentro realmente é imperdível. Ainda bem que Isaac seguiu os conselhos do Ricardo Freire do viaje na viagem. No domingo a fila para os ingressos estava impossível e quase desistimos de entrar. Isaac comprou os ingressos pela Internet e fomos sem problemas. E, olha, vale MUITo a pena.

Achei os códigos de embed.

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Rumo a Roma


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Pronto. O código de viagem. As quatro fotos mais recentes enquanto não atualizo o blog. O voo é hoje à tarde. Chego a Roma amanhã cedinho. Até lá!

Para Roma com amor

Sou fã do Woody Allen. Vou para Roma em 4 dias. Nada poderia ser mais perfeito do que ir ao cinema ver To Rome With Love. Comprei as entradas pela Internet (acho caro, mas adoro a comodidade de comprar online e imprimir os ingressos em casa :D), marquei os dois últimos assentos disponíveis lado a lado, esperamos o horário e fomos sem grandes expectativas, mesmo porque seria difícil fazer um filme que suplantasse Midnight in Paris. Sem contar que eu já tinha lido uns tweets da querida Clara Averbuck que não tinha saido do cinema muito encantada com o filme. Fui ver.

Vou dividir o post em dois: o que eu achei/senti apenas vendo o filme e o que eu soube depois de pesquisar um pouco na Internerdz.

 

ANTES

A sala de cinema era pequena e estava lotada. Woody Allen tem fãs fiéis de uma vida, como meu marido e eu. Vemos todos os filmes que ele produz, independente de qualquer coisa. E, depois do estupendo sucesso de Meia Noite em Paris, era quase garantido que todo mundo fosse ver Para Roma com Amor. Sentamos no gargarejo.

O filme tem a presença de Woody, o que já acalentou nossos corações. Ele, em seu papel de ateu com medo de avião é engraçado por si só, porque é aquilo que a gente já sabe. Depois vem Roma. O trânsito caótico, o policial que nem liga pro acidente, o ator falando pra câmera. E os pares românticos. A jovem turista americana que se apaixona por ação de ‘serendipity’. Depois os atores que a gente reconhece de outros filmes e fica falando pro vizinho de cadeira. “Olha o Jesse Eisenberg do The Social Network! Olha a Ellen Page de Juno!). E a Penélope Cruz, em seu arquétipo de uma-linda-mulher-garota-de-programa-de-vestidinho-vermelho-e-salto-agulha, gostosa que nem ela só. E o Roberto atrapalhado Benigni. E o Alec Baldwin. E tudo mais.

Aí tem as histórias. As citações intelectuais, literárias. Os (w)alter-egos e todo mundo se comportando como Woody Allen. Divertido. Uma hora eu pensei que o filme fosse baseado em resultados do Google sobre a Itália, tipo as principais tags associadas à Roma: amor, paixão, adultério, paparazzi, cinema, ópera.

Rimos bastante em várias cenas. Tem muito clichê, muita piada pronta. Mas a gente ri do mesmo jeito. O filme é totalmente sem compromisso, freguesa, pode entrar, pode rir, nem precisa pensar!

No final achei o roteiro meio fraquinho e com cara de merchandising turístico de Roma (como se precisasse). Pensei várias bobagens, como Woody Allen encontra o Guia Michelin, o Zorra Total de Woody Allen. Mas como se diz, qualquer filme de Woody Allen é melhor que muita coisa por ai.

 

DEPOIS

O nome de um filme do Woody Allen é muito importante. Eu não sabia que o primeiro nome dado para esta obra foi Bop Decameron. Fui ver. Isso explica muita coisa, pelo menos pra mim. O Decameron de Giovanni Boccaccio,é um texto alegórico medieval do século XIV (tá na Wikipedia, gente) que reúne 100 contos de 10 pessoas jovens. Elas falam de amor, do erótico ao trágico, com humor, brincadeiras e lições de vida. Essas histórias são contradas pela técnica de “frame story”, uma história dentro da história.  Pronto, aqui eu já comecei a achar que eu estava entendendo. Ah! Itália, Decameron, histórias de pessoas jovens, tudo a ver com a ideia do filme. O filme é uma história, que conta a história de alguns jovens. E mais: o Decameron tem uma coisa de numerologia e princípios, como as Quatro Virtudes. São quatro casais, não? Bom, aí pode ser só viagem de roteirista, vou parar aqui pra não voar.  E tem a parte do Bop, que nos faz pensar em todo o clima sexy e moderno. Bop Decameron seria uma atualização revisitada do Decameron original. Bom, Allen sempre faz isso com livros em filmes, não? Por que não agora? Ele poderia ter escolhido algumas histórias entre as cem e adaptado para o século XXI as coisas eternas do ser humano (Roma, cidade eterna…) como paixão, insegurança, traição, ventura, desventura. Afinal o ser humano não mudou tanto, como a Roma que o personagem de Alec Badwin conheceu quando jovem.

Só que Allen abandonou a ideia do Bop Decameron e mudou para Nero Fiddles. Oi? Ah, tá. Nero tocando violino enquanto Roma está em chamas. Nome ruim, não colaria. Nero seria quem, Woody Allen? Bom, ele não toca violino, mas clarineta. E muito bem, aliás. E ai ficou To Rome With Love. A parte boa da tradução é ficou PERFEITA. Para ROMA com AMOR sendo que ROMA-AMOR, bom você já notou.

 

 

CONCLUSÃO

O filme é uma piada, uma brincadeira. Mas uma brincadeira de Woody Allen aos 76. O filme fala de amor e sexo, mas sem ser sexy. A melhor parte é a crítica à mídia vazia, fama pela fama, no personagem de Benigni. Morri de rir. É a pura realidade de uma época absolutamente oca, da ilusão de fama criada pelo cinema e que transformou seus atores em ‘astros’ até as celebridades banais produzidas pela TV. Pode ser mais uma bobagem da minha cabeça, mas eu vi isso. A garota que se sente seduzida pela oportunidade de sentir “O beijo” de um astro da grande tela e a trivialidade do pão torrado com geleia que o súbito famoso da TV que não tem nenhuma importância.

Só sei que gostei de ter ido, de ver, mas gostei mais ainda de voltar pra casa.

Acho que o que fica de tudo é Rome, sweet Rome.