Você saberia a resposta desta pergunta do ENEM?

Minha filha achou tudo superficial e confuso. Todas as amigas que fizeram o ENEM também reclamaram. Resolvemos, meu marido e eu, responder a algumas das perguntas. Pedimos para que elas lessem algumas questões pra que respondêssemos no carro. Fiquei horrorizada. Há questões que parecem doutrinas ou teses de historiadores, de tão complexas. O enunciando é, em geral, MUITO grande, sem necessidade. O aluno demora muito tempo pra ler o texto e depois vem uma pergunta que poderia ter sido feita sem tantas considerações. Peguei UM exemplo e fiz um vídeo. Só a leitura da questão e das alternativas levou dois minutos e trinta e três segundos. E aí? Você sabe a resposta?

P.S. – Eu acho interessante falar sobre a origem do feijão tropeiro, acho mesmo. Mas em sala de aula. E, embora eu acredite piamente que todo momento seja bom para aprender, a hora do exame, quando os alunos estão tensos, nervosos, não me parece a ocasião mais adequada pra ensinar coisas novas a quem não sabe.

Milla

Milla from rosana on Vimeo.

Vou contar a ela sobre meus outros amores que se foram, a Lilly e a Nikky…Bem-vinda, Milla.

Estou muito nervosa e com muito medo

Eu estou muito nervosa. E com muito medo. Estou tão nervosa e com tanto medo que eu nem queria falar sobre isso aqui no blog. Mas aí eu pensei: poxa, depois de dez anos me relacionando com o leitor no blog, eu vou deixar de contar as coisas mais verdadeiras que acontecem comigo, só porque elas me fragilizam, porque revelam meu medo e minha insegurança? Achei que não seria justo e resolvi contar.

Daqui a pouco vem um senhor aqui em casa para trazer uma cachorrinha. Uma schnauzer branca de três meses. Meu coração está dolorido e apavorado. Dormi chorando ontem à noite por causa disso.

Eu ainda não me recuperei de verdade, desde que perdi minha Lilly e, em seguida, minha Nikky. A Lilly era a minha cachorrinha amada, minha paixão, a coisa mais linda que já vi neste mundo. Ela era a alegria. E aí, aconteceu uma fatalidade, ela comeu um manto impregnado de algum adubo, que ela desenterrou de um jardim, contaminou-se, adoeceu e morreu.

Fiquei muito deprimida, de um jeito assustador. Meu marido ficou com medo que eu realmente entrasse numa depressão profunda (minha mãe viveu internada, com depressão, por uns vinte anos. Hoje está curada, graças a Deus) e comprou uma outra cachorrinha, a Nikky. Me apeguei a ela. Mas Nikky, a gente não sabia, veio com cinomose, embora vacinada na carteirinha. E depois de muita luta para salvá-la, a única saída para amenizar seu sofrimento foi a eutanásia. Eu fiquei arrasada. Arrasada. E as pessoas más e insensíveis que não entendem a grandiosidade da VIDA como um todo, ainda diziam que era ridículo eu sofrer por uma cachorrinha quando tem tantas crianças pobres no mundo. É verdade, mas um sofrimento não ameniza o outro.

Pois ontem, meu marido chegou em casa dizendo que queria me mostrar uma foto. De uma cachorrinha. A dra. Janaína Reis, veterinária e amiga, disse que, por causa da cinomose da Nikky, seria melhor que a gente pegasse uma cachorrinha maior, com 3 meses.

Vi a foto da bichinha. Nem consegui vê-la direito, a foto era meio de lado. Mas o problema não era esse, o problema era o medo. O medo de sofrer de novo, o medo de me apegar novamente, o medo dela não gostar de mim, da casa, do Otto, sei lá. Medo mesmo, medo.

Fui dormir chorando, lembrando da Lilly, da Nikky. Mas, ao mesmo tempo, ali ao lado do medo, minha criança interior começava a pensar num nome pra ela. Depois de várias tentativas, de Tequila a Helga, passando por Mika e Strudel, chegamos a Mila. Mila. Mil e uma noites de amor com você.

O dono ligou agora, está preso no trânsito. E eu estou aqui, presa no meu nervosismo.

Otto está melhorando (está com doença do carrapato), voltou a comer, está mais alegre. E vai ficar entretido com a nova moradora. A Mila. Ela vai chegar e eu nem sei que carinha ela tem. Mas é um cachorrinho, uma vida, que está no mundo. E que agora que está viva e no mundo, precisa de uma família, de uma casa, de alguém que cuide.

E meu coração assustado está aqui, atrás da porta, esperando por Mila.

Seja o que Deus quiser.

Enem com chuva

Minha filha está revoltada. Vai fazer o ENEM daqui a pouco e ficou possessa com a falta de inteligência dos locais de exames selecionados pela organização. Ao contrário do ‘domicílio eleitoral’, que faz com que os eleitores votem na região onde moram, o Enem manda qualquer um pra qualquer lugar, já que não usa o critério geográfico. Ela vai fazer o exame na via Anchieta, muito longe de onde moramos. Há casos de alunos que vão precisar se deslocar dezenas de quilômetros, e isso num dia de chuva e muita movimentação na cidade.

Um dos colegas de classe da minha filha vai ter que ir para Interlagos, onde há o treino de F1. E a chuva. Parece que tudo é feito para dificultar o exame.

E, claro, as restrições de material. Eu entendo que existam relógios com calculadoras, daí a proibição para todos. Mas….por que caneta preta e não uma boa bic azul? E por que não lápis e borracha mesmo?

Ah, sim, e por causa do horário ela teve que comer uma misto de almoço com café da manhã. Vai levar água e umas barrinhas de cereal. Espero que sejam permtidas. Vai que ela resolva usar as uvas-passas como contas de um ábaco pra fazer cálculo…

Enfim, hoje é dia de ENEM e milhões de jovens estão tensos e apreensivos.
A chuva deve ser composta de todas as lágrimas contidas.

Bom dia.